A V I S O


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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Périplo de Carnaval

Foto obtida agora do site
http://gazetadoriopardo.com.br/vnoticias

Ontem fui ver Lívia em Rio Claro - passamos a tarde e nos divertimos bastante. Rio Claro tem tradição nos festejos momescos e a ressaca era visível no ar... O que foi especial nesta rápida passagem por lá foram dois eventos.

O primeiro foi na agência do Banco do Brasil, onde fui sacar um dinheiro nos caixas eletrônicos. Uma senhora, aflitíssima,  havia deixado cair a chave do carro numa abertura (que mal planejamento do pessoal de hardware do banco!) inusitada que há no 'frontispício' (parece apropriado aqui, como se fosse uma espécie mistura de 'frente' com 'hospício'...) do equipamento, junto aos teclados numéricos do terminal que ela estava usando. A chave ficava à vista, no chão, mas fora do alcance do usuário, no interior do mesmo. Eu me abaixei (isto fica cada vez mais difícil na minha idade...) e, com minha própria chave, puxei a dela e, com a ajuda da Lívia, levantava a aba de metal que ficava impedindo a liberação da chave. Depois de algum revolvimento, o molho de chaves liberou-se, afinal, mas tive que fazer força com a folha de metal. A senhora muito agradeceu pois, imagine, num feriado de carnaval, quem do banco a iria socorrer? Vendo que ela muito se agradecia eu perguntei (como sempre faço em situações de livramento) se ela era evangélica. Ela disse que era batista e que inclusive tinha acabado de participar da Santa Ceia. Eu então disse a ela que era irmão em Cristo, também pertencente a uma Igreja histórica, e que o que todos chamam de 'sorte' é um dos nomes da Providência, que nos provê de pessoas ou de fatos para nos livrar de sinucas ou outros desafios ou mesmo provações, ainda que no mais das vezes não o mereçamos. Nos abraçamos felizes e confortados!

O outro evento foi que revi um grande amigo, professor de ensino médio que, nos anos 70, foi dono de um pequeno curso pré-vestibular em Rio Claro, que frequentei (chamava-se 'Curso Darwin', e o amigo tinha me pedido para fazer o símbolo do curso, o que foi fácil: somente desenhei um 'C' oposto à letra 'D' e ficou uma espécie de dístico ovalado muito simples e elegante. Meu amigo nunca se esqueceu de mim por causa deste pequeno gesto...). Pessoa muito bondosa e carismática, Roberto Cerantola me presenteou com um CD de música que ele gravou (ele se dedica agora, aposentado, a animar festas e eventos com música italiana, posto que 'oriundi' - latin uriundus - como os italianos, que tem muito em Rio Claro, se referem) junto com a esposa Maria, uma afável senhorinha. Ele deu aulas muitos anos no Ensino Médio, de Biologia, se não me engano. Este amigo tem hoje 71 anos, e ainda corre nas ruas - correu muitas maratonas e provas de fundo de atletismo. Detalhe: ele não tem o braço esquerdo, perdido após um acidente doméstico, quando ainda ele era criança. Mas ficou marcado em minha mente o depoimento que ele me deu sobre o fato, logo no início de nossa longa amizade - que ele tinha subido em uma árvore, caído da mesma e ocorrido fratura exposta;  o médico não o tratou convenientemente e o membro teve que ser amputado. Mas ele nunca guardou mágoa de ninguém ou se sentia menos pessoa por causa disso: foi-lhe 'arrancado um pedaço do corpo, mas não da alma' ele dizia... E ele é desde então uma pessoa feliz, positiva, que motiva todos quanto lhe chegam perto com sua alegria e desprendimento, além dos gestos gentis, suaves, como a sua voz mansa e ritmada, emolduradas permanentemente com seus olhos azuis e sorriso constante. Como foi bom rever o amigo depois de tantos anos, na cidade que vivi de 1955 a 2004, com  alguns pequenos lapsos. 

Mais uma vez nesta época de carnaval, quantas pessoas faleceram, principalmente em acidentes nas estradas. (Na viagem de volta a São João pegamos uma chuva torrencial de tal monta que precisamos parar no acostamento com o pisca alerta ligado!)  Sobre o carnaval, não fomos, um dia que fosse, em salão ou desfile de rua; mesmo no clube de campo não fomos. Nem quando era jovem eu gostava do ajuntamento feroz que marca estas festividades, muitas vezes com álcool a rodo, emoções desenfreadas, violência e abuso, em variadas formas. (Em Novembro, a taxa de nascimento de bebês aumenta muito, ao que parece...)  Ficamos em casa, fomos à Igreja, planejamos aula; Ruth estudou e aproveitamos para agilizar nossos encargos vários. Na TV, vimos mais filmes do que o noticiário, trágico no mais das vezes, e lemos muito. 

Até o próximo carnaval...