A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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domingo, 4 de março de 2012

outros aforismos

Ilustração obtida agora de
http://wallacemaia.blogspot.com

Estamos aqui desde ontem, Bilú e eu, visitando pai e mãe.... Sempre gosto de vir aqui, também para bisbilhotar a biblioteca do apartamento. Vi um libretinho antigo (Instantes de Reflexão - Sabedoria de Ilka Brunhilde Laurito, São Paulo: Melhoramentos, 1990) com diversos ditados selecionados. Vou comentar alguns aqui, de um autor que destaco entre tantos.

Sou fã de Machado de Assis, o maior na língua portuguesa, acredito. Olhe o que ele sintetiza:  "Matamos o tempo; o tempo nos enterra". Adoro estes jogos de linguagem, pois nos obriga a refletir a polissemia dos termos, a encontrar a sapiência subjacente no viver expresso em tão poucas palavras. Lembro-me das meditações Zen Budistas a que me entregava há tempos, quanto se falava do tempo. Inexorável tempo; mais cedo ou mais tarde acerta-se as contas com ele, quer dizer, com o que fizemos com ele... Mas certa angústia vivencia-se agora, antevendo o desfecho certo de todos e cada um.

Leio outra pérola do nosso Machado: "Não te irrites se te pagarem mal um benefício: antes cair das nuvens que de um terceiro andar". Bem a calhar nestes tempos pós-modernos, como se diz, de relacionamentos tão deturpados entre os iguais, das pessoas mal-educadas e néscias. Tal provimento de paciência preconizado pelo sábio, já útil ao seu tempo, agora é um imperativo, se não quiser atritar-se a torto e a direito, diariamente... E isto, a possibilidade de desentendimento com o semelhante, é lugar comum que não escolhe mortal, mesmo em lugares onde dantes eram mais naturais o cavalheirismo, os bons modos, como na escola ou na igreja. Eu creio que o que explica tamanha profusão se condutas reprováveis entre semelhantes seja a ausência de um genitor que dê exemplo construtivo neste sentido. Mas como disse Machado em outro lugar, "Quando a gente não pode imitar os grandes homens, imitemos ao menos as grandes ficções" ... 

A sabedoria nos vem em grande parte aprendendo destes luminares que já 'bateram a cabeça' antes, e que nos podem evitar sofrer, como eles decerto sofreram. Eu, por mim, aprendi com Machado que "há coisas que melhor se dizem calando", mas o que fazer quando o outro é surdo e cego, mudo e teimoso como um asno, que só quer enxergar a verdade que acredita habitar somente entre as suas (enormes) orelhas, e em ninguém mais? Eu procuro aprimorar a humildade, ainda que eu seja falho e imperfeito ao extremo, o que me faz pensar que nada somos, talvez um sopro, um nada que, se Deus quisesse, nos aniquilaria com um estalar de dedos!

Encontrei há tempos, para finalizar, outro ditado de Machado, a propósito: "Grande coisa é haver recebido do céu uma partícula da sabedoria, o dom de achar as relações das coisas, a faculdade de as comparar e o talento de concluir"... (reticências minhas) Sempre procuro esmerar-me nestas complexas orientações mas, neste mister, me fio na Religião (Reformada, Calvinista), posto que necessito de um vero sistema de valores que lastreie minhas intelecções - é muito fácil nos enganarmos, 'tomar os pés pelas mãos'...

Vou pegar a estrada daqui a pouco para São João da Boa Vista; espero descansar neste resto de dia para iniciar bem a semana entrante, que vai ser bem agitada, com muitas tarefas, principalmente a manutenção do apartamento (e também do carro), 'benesses' modernas que nos apoquentam, na exata medida que nos dão conforto ou prazer. Boa semana a todos e todas!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Ecos de minha formação profissional...

?

Tentei colocar uma imagem (fica mais amigável a leitura...) mas veio a mensagem no Blogger dizendo "servidor rejeitado"... o que isso significa? Eu salvei no meu micro diversas gravuras obtidas via web, de outros blogs que costumo visitar... Problemas no meu computador; dificuldades do editor HTML, o que será?  Sãos os dilemas na era da hiper-informática, complexidade demais para dirimir!  Deixa prá lá, que fazer; aceite-se o que desponta, o que surge; "de graça vem, de graça vai"; no budismo zen, quando os pensamentos ficavam macaqueando em nossa mente,  dizia o Mestre  "deixe vir, deixe ir" (que quer dizer apenas observe...)

 P.S. - o problema é no Google mesmo: tentei carregar  - pela enésima vez - uma foto minha, aqui mesmo alojada nos arquivos de imagens do meu PC e aparece a mesma mensagem... paciência, 'fica para outra vez'... acontece!  ]

Mas vamos em frente - lembrei de uma lição importante, que passo aos meus leitores. Aprendi que um bom profissional forma-se também na leitura da boa literatura, e eu vim deste modo a apreciar o gênero 'crônica' (segundo o Houaiss, no jornalismo, coluna de periódicos, assinada, dedicada a um assunto como, p. ex., atividades culturais, política, ciências, economia, desportos etc., ou à vida cotidiana, contendo notícias, comentários, opiniões, às vezes críticas ou polêmicas; texto literário breve, frequentemente narrativo, de trama quase sempre pouco definida e motivos geralmente extraídos do cotidiano imediato). Não sei se, jovem,  gostei mesmo de crônicas por (também) abranger  textos mais leves, ainda que mormente carregados de útil ensinamento.

No Brasil temos excelentes cronistas, como Rubem Braga, L. F. Veríssimo, Fernando Sabino, Machado de Assis e tantos outros - a lista é enorme! Bem, de Machado pode-se ler qualquer coisa que, seguramente, poderemos aprender muito sobre a alma humana; creio que já o disse aqui. Ultimamente estou degustando  - sim, ao mesmo tempo - dois livros interessantes neste sentido. Um é de um americano - Michael Kepp - que escreve nos jornais de grande circulação; publicou uma obra bem engraçada denominada Tropeços nos Trópicos: crônicas de um gringo brasileiro (Rio de Janeiro: Ed. Record, 2011), e o outro é de Luís Antônio Contatori Romano, denominado Reminiscências de um viajante - 101 episódios (Campinas: Ed. Komedi, 2007), abarcando crônicas de viagens. 

O melhor modo de conhecermos o outro é bem conhecermos a nós mesmos, e esta, a leitura de crônicas, é uma maneira bem-humorada de dar conta desta eterna tarefa! Fica a dica, principalmente para meus alunos e alunas de Psicologia...