A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Ciência levando à Verdade, o que seria?...


The Cosmos
(foto obtida agora, via Google Images, de
http://wall.alphacoders.com/big.php?i=153316 )


Tomando como base um dos textos do físico brasileiro radicado nos Estados Unidos Marcelo Gleiser fiz um pequeno texto didático para discutir com meus alunos. Versa sobre Ciência, verdade e conhecimento...

Desde o começo da Humanidade, a pessoa deseja ter conhecimento sobre tudo aquilo que sua mente tem acesso, e deseja conhecer bem, isto é, ter um conhecimento certo, útil e confiável, que permita utiliza-lo apropriadamente agora e outras vezes. Neste percurso, muitas formas de conhecer foram desenvolvidas, como a do senso comum, a filosófica, a religiosa e, mais recentemente, o científico. Esta última modalidade de conhecer adquiriu na pós-modernidade ares de ferramenta que garantiria, se bem empregada, um conhecimento ‘melhor’ que os outros, mais confiável e condizente com a realidade. Muitos acreditam que a verdade objetiva, originada de fatos, se obtém somente mediante o uso da Ciência, e dos métodos que ela preconiza, ainda mais porque se valem, no mais das vezes, do auxílio da Matemática, ramo ‘exato’ do saber.

Existe hoje em dia quem questione esta corrente majoritária da Ciência, como se fosse a resposta última para bem conhecer. A Ciência, para alguns, parece debochar das outras formas de conhecer. As críticas à Ciência são muitas – ela uma hora diz algo, e outra hora se contradiz (exibe versões antagônicas mediante o uso de métodos por vezes ‘iguais’); Ciência é feita por pessoas imperfeitas, que tem suas vontades, intencionalidades, que acabam refletindo o próprio fazer da Ciência; a complexidade da realidade é enorme, e se a realidade é uma totalidade, como pode haver tantas versões, tantas visões de mundo discrepantes? A lista é enorme. Existem críticas à Ciência que no fundo são um tipo de preconceito, como por exemplo aquelas pessoas que a acusam de negar que certos eventos 'existam'. A Ciência na verdade se pronuncia somente sobre fatos que consegue efetivamente se aproximar com certeza razoável, com evidência firme. Os discos-voadores, ou qualquer UFO, por exemplo; a Ciência não nega a sua existência - somente diz que, com os instrumentos e ferramental atualmente disponíveis, não se consegue estabelecer consenso na comunidade científica para descreve-los de forma inequívoca, ou seja, ter certeza firme de sua real (palpável cientificamente) existência.

Mas a Ciência não se move por certezas, e sim – paradoxalmente – pelas dúvidas, pelas perguntas! Para ter uma idéia crível sobre a realidade - para a Ciência dar respostas sobre algo que se desconhece da Natureza - em primeiro lugar necessitamos perguntar bem, saber estabelecer com clareza o quê estamos procurando saber - qual seria nossa cristalina questão, ou seja, nosso 'problema' científico. Muitas vezes não progredimos em nosso conhecimento porque não temos certeza se o que encontramos (com nossa investigação)  'responde', satisfaz efetivamente a uma dúvida que colocamos.

Em Ciência, os fenômenos tem que ser bem interpretados em seus constituintes; as hipóteses adequadamente testadas (a partir da sua trama teórica); as conclusões (a partir dos resultados encontrados e adequadamente discutidos) demonstradas; os caminhos deste tipo de conhecer passíveis de serem reproduzidos, e aquilo que é momentaneamente consensuado como o mais perto do que seja a real ‘realidade’ – ou seja, a ‘verdade’ -  permitir-se ser questionado e falsificável, mediantes novas observações.

A Ciência tem instrumentos sempre limitados – seu alcance e precisão são sempre limitados, visto que a (complexa) Natureza, como apontou Marcelo Gleiser, oferece barreiras consideradas intransponíveis (bem, hoje se pensa assim) para conhece-la em sua totalidade, como a velocidade da luz, a incerteza quântica, e o crescimento da desordem (entropia). Mesmo a Matemática parece ter seções que não ‘fecham a conta’, como os teoremas da incompletude de Gödel. Quem é cientista sério sabe que o Homem sempre será de certo modo ‘míope’ para enxergar a Natureza, pois ela não nos é (e parece que sempre será) descortinável com clareza em sua totalidade. Sempre que focamos uma 'janela' da realidade - este 'pedaço' aqui do que existe - deixamos de olhar para os outros componentes desta mesma realidade, o que pode estar comprometendo nossa visão do todo... Nietzche, Wittgenstein, e outros já nos alertaram que moramos todos em (diversas) ilhas de conhecimento (mais ou menos sofisticadas) cercados de oceanos de desconhecimento, de coisas que ignoramos ou de coisas com as quais nos iludimos.

Para um dia vir a saber de tudo, o Homem precisaria conhecer e postular todas as perguntas possíveis, o que parece ser certo ‘absurdo’ – segundo alguns, algo impossível. Se um dia chegarmos a isso, nossa vida teria ainda sentido? Ou ‘seremos como Deus’, conforme alguns filosofam (pois não se pode saber o que isso significaria)?


Talvez o que melhor possamos fazer mesmo é ter esta liberdade para continuar a questionar, a perguntar sobre esta Natureza, este Cosmos, inspirados por tudo aquilo que não sabemos.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Ciência



A Ciência é o grande empreendimento humano dos últimos séculos. A Ciência emprega a Pesquisa Científica, que é um conjunto articulado de procedimentos sistemáticos, fundados no raciocínio lógico, objetivando encontrar soluções para os diversos problemas humanos que são propostos, mediante o emprego de métodos (incluído aqui as técnicas e procedimentos) científicos.

Para realizar em sofisticado empreendimento, os homens aprenderam a concatenar recursos humanos, materiais (inclusive disponibilidade de tempo), financeiros e, em especial, a qualificação dos pesquisadores, de modo a realizar os propósitos de auferir o melhor conhecimento sobre o Cosmos (incluído aqui o microcosmo... nós mesmos!) e isso com o mínimo de gastos e no melhor tempo. O pesquisador tem um importante papel nesta equação, e ele ou ela deve ter os requisitos seguintes para dar conta de tão complexa tarefa: (1) Conhecimento do assunto a ser pesquisado; (2) Curiosidade científica; (3) Criatividade; (4) Integridade intelectual; (5) Atitude autocorretiva; (6) Sensibilidade social; (7) Imaginação disciplinada; (8) Perseverança/paciência, e (9) Confiança na experiência. A partir desta lista vemos que não é qualquer um que pode arvorar-se em ser cientista. Alguns acreditam que o são, mas não satisfazem a maioria destes critérios.

Porquê se pesquisa cientificamente? Temos duas finalidades: (1) Razões de ordem intelectual (para alcançar o saber, satisfazer o desejo de adquirir conhecimento correto), realizada por cientistas e diferentes pesquisadores para contribuir para o progresso da Ciência. É a denominada Pesquisa pura ou fundamental.  E (2) Razões de ordem prática (visa aplicações práticas, com objetivo de atender às exigências concretas da vida moderna), realizada por vezes por empresas que criam tecnologia. É denominada Pesquisa aplicada. Não existe uma fronteira intransponível entre estes 2 tipos principais.

A Ciência é uma espécie de vacina moderna contra a irracionalidade e o primitivismo, que insistem em acompanhar os homens. Como tudo hoje em dia, é atacada, desafiada e contrastada como adversária de outras formas de conhecer, como a pertinente à religião ou as maneiras alternativas de se conhecer a realidade. Mas a Ciência nada mais é que uma construção humana, imperfeita, mas é o que é – uma ferramenta - que pode ser mal ou bem utilizada, como qualquer outra. 

Quer saber mais? Quando colocamos o verbete 'Ciência' no Google, recebemos uma miríade de sites instigantes, como o http://labdeensino.blogspot.com.br   Clique lá e você saberá de muita coisa legal. Este, no caso, é despretencioso, mas tem outros sites bem sofisticados, como o http://blog.cienctec.com.br  De qualquer modo é uma área estratégica a educação em Ciência (veja um interessante exemplo inglês em http://www.ase.org.uk/resources/classic-resources-and-archive/global-dimension ) Eu sou apaixonado por este tema, e a melhor coisa que desenvolvi a partir destes estudos todos foi respeitar de igual modo outras maneiras de se ver o Mundo, em especial a Religião. Sim, sei que tem muitos que acham que são - Ciência e Religião - coisas incompatíveis, mas no fundo são Magistérios diversos, que não tem que ser adversários, necessariamente... Quem conhece um pouco destes dois domínios não os vê como opostos.

Eu, como professor da área, vejo com tristeza a falta de familiaridade dos meus alunos com este campo. Quando comparamos nossa nação com aquelas que estão mais avançadas, vemos que elas alcançaram posições elevadas de desenvolvimento por causa do cultivo do espírito científico. Somos ainda, de certo modo, reféns de estruturas arcaicas, quase rudimentares de discussão e gerenciamento de nossa realidade, em suas multicores e multidimensionais matizes. No fundo, acabamos sempre averiguando que nossa Educação é rudimentar (em especial em Ciência), quase incipiente, o que nos leva a sermos insipientes em diversos graus, apesar de nossas "ilhas de excelência”.

Vou propor à minha Universidade a realização de atividades de extensão visando minorar esta deficiência que noto em quase a totalidade dos alunos. Creio que seria o melhor caminho para dotar nossos jovens de ferramentas mais acuradas de pensamento, de julgamento. Tenho duas instâncias que me podem ajudar naquela Instituição de Ensino Superior: um Grupo de Pesquisa e o Comitê de Ética. Bom desafio vejo à frentetrabalho para muitos anos. Mas estou bem animado!