A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

Mostrando postagens com marcador Jeremias. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jeremias. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Coração enganador e 'Niver'...

Profeta Jeremias
ilustração obtida agora de
http://www.webquestdirect.com.au

Hoje é o aniversário de minha segunda filha, a Mariana. Esta reflexão é em sua homenagem; já a acordei de manhã cedo lá em Petrópolis para a cumprimentar – relembramos coisas de sua infância, demos algumas risadas... Lembro-me bem das emoções de sua chegada em 1983; foi muito especial, ela tinha tanto cabelo que saiu do hospital com pitucho no próprio cabelo e, com os brincos portugueses nas orelhinhas, parecia bem mocinha!

Este post complementa dois outros que fiz, remetendo a perícopes do Profeta Jeremias, um dos meus preferidos, realizados em o6 dezembro de 2011 e 22 setembro de 2012 (quod vide). Neste último, eu iniciava citando Jeremias 17, 9: O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?  O coração do homem engana porque é passional, tendencioso, temerário (veja quantas acepções tem este último termo, um adjetivo, no Houaiss... sim, todos se aplicam aqui), e ganhamos muito quando nos aplicamos em domá-lo! Já avancei muito neste mister, mas sou reles aprendiz ainda... Ah, e quando lemos ‘e sua doença é incurável’, vemos que só podemos administrar esta natural deficiência, nunca expurgá-la. É resultado de nossa corrupção carnal primeva, intrínseca.

Mas não fiquemos somente neste versículo 9.  A perícope completa que quero ressaltar é Jeremias 17:5-10 (uso aqui a Bíblia versão NVI – Nova Versão Internacional):

Assim diz o Senhor: "Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor.

Ele será como um arbusto no deserto; não verá quando vier algum bem. Habitará nos lugares áridos do deserto, numa terra salgada onde não vive ninguém.

"Mas bendito é o homem cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está.

Ele será como uma árvore plantada junto às águas e que estende as suas raízes para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas estão sempre verdes; não ficará ansiosa no ano da seca nem deixará de dar fruto".

O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?

"Eu sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras. "   (aspas conforme o original, inclusive quando incompleta)

Que ilusão confiar nos homens, nas pessoas que são imperfeitas e inconfiáveis, como nós o somos! Só redunda tristeza e decepção, o quanto mais nos iludimos nesta inclinação. Somos ‘malditos’ nisto, vivemos num árido deserto... mas abençoados quando confiamos no Senhor, e as promessas são acalentadoras. Ressalta-se: quando confiamos nos homens necessariamente nos afastamos de Deus. Ficamos ansiosos e temerosos, marcas do nosso tempo, em especial, mas já alertados para isto desde muito. E a razão para enganosamente confiarmos nos homens reside no coração, na mente que engana a si mesma, com suas ficções, devaneios, suas expectativas infundadas, suas ilusórias necessidades, momentâneas, carnais, sensuais, passageiras.

E a passagem se encerra com o que deveria ser o liame real de nossa vivência potencialmente endereçada ao cumprimento de nossa destinação: o fato do Senhor sondar e examinar nosso coração. Ele requer as adequadas intencionalidades, precisamente a volição orientada para Sua Lei, justa e intrinsecamente necessária ao nosso viver pleno. E a ‘recompensa’ aqui não deve ser entendida como simples mercantilagem entre senhor e  servo, mesmo como uma mercantilice espiritual – antes, trata-se da relação entre um Pai amoroso e sua prole, orientada, instada a realizar precisamente aquilo que lhe é melhor, e isto não somente para esta esfera finita, mas para toda a Vida.

(idem, ibidem)

sábado, 22 de setembro de 2012

Absurdos

Profeta Jeremias
(Google Images)


Em Jeremias, capítulo 17, lemos "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" Quando era jovem acreditava na bondade natural do Homem. Agora, com o passar dos anos e dos estudos em Teologia, vejo como o mal se nos é intrínseco. Ou seja, é o que vemos diariamente nos outros e, principalmente, em nós mesmos. 

Quinte feira eu ministrei palestra para idosos e pessoas portadoras de deficiências, lá no UNIFAE. Agradável experiência em poder compartilhar com aquelas pessoas da AVAPED e do Centro do Idoso, ambas instituições daqui de São João. Falei sobre o preconceito, que parece hoje onipresente entre as pessoas. Discuti com eles o fato de que nós muitas vezes damos azo a que nos tratem com preconceito... Acho que o pessoal captou a mensagem. 

Nesta semana um gajo veio aqui limpar a caixa d'água de casa. O outro morador, que aqui residia anteriormente, por anos não procedeu a esta simples providência sanitária; vejam só como pode tal disparate... E, continuando, antes que o finório escalasse o telhado, perquiri por duas vezes quanto iria custar o serviço. Quando vi que o indigitado se esquivava com sutis meandros verbais, logo divisei que algo não cheirava bem. Mas não podia mais adiar a providência, então me fiz de rogado...

Sabes quanto, ao fim e ao cabo, me custou o pouco mais de hora de trabalho? Três vezes o que eu ganho de hora-aula como professor universitário titular concursado, 85 dólares... Algo não está certo neste mundo de negócios... Como pode ser este desatino, esta alogia, este despautério? Brigar, desancar, vociferar... tudo me passou pela cabeça conduzir, mas aquele ser inconveniente me foi recomendado por um amigo - não ficaria bem depois aquela abjeta criatura relatar-lhe o fato, fazendo-se por certo passar como vítima.

Obviamente o episódio me rendeu profícua reflexão sobre o mundo em que vivemos hoje. Creio que aquele prestador de serviço não está preocupado em criar clientela fiel e, confesso, sua tática de negócio parece que somente viceja por causa de 'singelos' como eu...

Aprendi em Provérbios 8, 14: "Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento; minha é a fortaleza". Que sentença densa; pode-se extrair muito ensinamento aqui. Em nossa pequenez, devemos nos estribar no Amparo que vem do alto pois, com o que temos aqui entre as orelhas, o resultado é, vivendo entre as gentes, somente desamparo, estupefação. 

Que privilégio poder contar com a Providência neste tempo turbulento, arredado, enleado...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

130a. postagem: Reflexão matinal...

Detalhe do Profeta Jeremias, de Michelangelo
(Capela Sistina, Vaticano)


Acabo de realizar meu estudo da Palavra, ao iniciar o dia (após fazer o café da Ruth, disponho sempre os livros, opúsculos e a Bíblia de Estudos de Genebra para conduzir minha leitura e meditação das escrituras). Que privilégio poder começar sempre o dia assim!

A Bíblia é uma obra única. Mesmos não-crentes com um mínimo de erudição ou letramento sabem apreciar o notável repositório de sabedoria que ela encerra. Já vi literatos agnósticos afirmarem que ela possui textos de notável beleza dramática e estilística, afora as virtudes espirituais implícitas da narrativa. 

O crente deve munir-se de ferramentas de interpretação para o correto entendimento dos livros que compõem a Bíblia, individual e no seu conjunto, visto que é uma coleção de obras escritas por diferentes autores (ainda que uma só seja a inspiração) em datas e épocas bem distintas e variadas. A riqueza e o correto ensino da Bíblia se esvanecem quando a abordamos de modo inapropriado como, por exemplo, lendo passagens pinçadas a esmo, aleatoriamente. 

A Hermenêutica bíblica hoje compreende um conjunto extenso de disciplinas, cada uma delas com uma profundidade enorme... Quando fiz meus estudos bíblicos e teológicos no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, do Mackenzie (SP), fiquei impressionado com a vastidão e complexidade do ramo, com autores, pesquisadores, estudiosos das mais diversas origens, tendências e escolas de interpretação. É fácil a pessoa se ‘perder’ quando não se tem normas corretas e apropriada orientação para apreciar o razoado de tantas posições. 

Muitas passagens são claras para qualquer leitor, mas outras não. Veja esta passagem, contida no livro do Profeta Jeremias (cap. 29: vs. de 11 a 13, versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, obtido de http://www.bibliaonline.com.br  em 05/12/11):

11 Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
12 Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei.
13 E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração. 

Lemos diretamente aqui nestes 3 versículos como o Deus da Paz coloca claramente que, se o crente busca-lO  de todo o coração, via oração, será por Ele ouvido. Esta grandiosa promessa já nos suscita anelar por esta relação toda especial. Mas o amplo aprendizado que esta passagem encerra só se descortina se nos aplicarmos a discernir também, entre outros aspectos, o seu entorno, o seu contexto -  no caso, a situação que Jeremias aborda, que é aquela do reinado dos últimos reis de Judá: Josias, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias. 

O Profeta Jeremias (seu nome quer dizer Yahweh estabelece) era também Sacerdote, originário da cidade de Anatote, situada no território de Benjamim e foi chamado por Deus em 626/7 a.C., com aproximadamente 20 anos.  Jeremias viveu durante o período de desintegração do reino, presenciando a destruição de Jerusalém e do Templo; ele profetiza em meio a um conflito opondo, de um lado, a adoração idólatra de deuses estrangeiros (bem estabelecida desde o reinado de Manassés, 696-642 a.C.) e, de outro, a adoração ao Senhor, que Josias tentou restaurar com sua reforma (como vemos em 2 Reis 22 e 23). Jeremias vem a testemunhar  o fracasso da reforma de Josias, visto que as praticas nefastas de Manassés foram também realizados pelos sucessores de Josias.

Esta situação toda, parcamente esboçada aqui, dá um colorido e redimensiona a amplitude da Palavra para o crente, expressa naqueles 3 versículos acima. Portanto, o convite à sabedoria pelo estudo das Escrituras pressupõe, adicionalmente, a que a pessoa se esforce para averiguar as condições, a situação da entrega e do registro da Palavra que, muitas vezes aplicada objetivamente a uma necessidade do homem do seu tempo, vem a servir também para o homem dos dias de hoje... 

Para auferir tudo isso temos à disposição, hoje em dia, uma miríade de comentários bíblicos, artigos acadêmicos, estudos da Escola Dominical, etc., que permitem esclarecer sobre estas necessárias informações ‘contextuais’. Que possamos apreciar a Palavra aproveitando todos os recursos que Deus nos faculta nestes últimos dias!

 Profeta Jeremias
(Pintura de Rembrandt van Rijn)