A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Paraphernalia...

Imagem obtida agora (via Google Images) de
https://www.flickr.com/photos/rw_photography/3231613295

1. Este mundo moderno é de deixar qualquer um boquiaberto... (imagine agora - tempo real -  que estou a batucar aqui estas mal-traçadas linhas e que acabo de 'receber' um pop-up informando que existe uma atualização do software Java disponível... cacildis! - nossa, sou muito fã do Mussum...) Mesmo aqui em brazólia tem começado faz tempo iniciativas de empreendedores oferecendo serviço de qualquer coisa - não digo em São João, uma quase-bucólica cidadezinha do interior - mas nos centros maiores... maluco!, e tudo facilitado pela mobilidade facilitada pelos aparelhos celulares. Temos hoje em dia uma parafernália, gadgets, softwares, de todo tipo, à disposição do vivente... é só ficar antenado. 

2. Estou usando o micrinho de Bilú para perpetrar este post, pois os meus outros equipamentos estão longe dela (no escritório o principal, de uso mais ou menos dedicado; outro no meu cafofo de trabalho, no porão aqui de casa, ao lado do consultório da Fisiodermato da patroa, e o quarto micrinho nosso - um notebook - deixo no UNIFAE, para trabalhos esporádicos ou ministrar aulas com MS power-point, a partir de um projetor de multimídia que comprei há tempos) e agora na hora do almoço a gente sempre toma ou um vinho ou uma cerveja enquanto ela prepara a comida; então, assumo que gosto da companhia dela. Digo micrinho porque é um netbook HP muito bom, e que não é desconfortável para digitar. 

3. Até que este clima, apesar de não ser verão efetivamente, não está de todo mal - tem chovido bem e as manhãs são agradáveis. Depois que coloquei ar-condicionado no quarto de dormir a vida aqui melhorou em sua qualidade... De dia a gente vai levando; o ruim é ter que tomar 2 ou 3 duchas, gastando mais água, ainda que sejamos breves neste ritual...

4. Novamente vamos a Campinas nas festas de fim de ano - é tradição na família e temos que aproveitar bastante, principalmente pelo fato dos velhos ainda estarem com a gente. Não consigo imaginar como vai ser triste quando eles forem se encontrar com o Absoluto; é o destino de todos nós, mas a mudança é por demais portentosa e acachapante, como se dizia em Rio Claro. Espero que eu consiga ter meus irmãos juntos nos posteriores festejos, mas cada qual tem sua família, e como eu só tenho Bilú, a tendência é a gente ir ficando meio de escanteio quando os nossos pais se forem. Não tenho filhos ou netos comigo há muitos anos, para a alegria de minhas ex-esposas.  

5. Pelo menos as perspectivas de trabalho para 2016 melhoraram. Para manter minha posição como professor no Mestrado de minha Universidade terei que publicar um ou dois artigos científicos por ano, trabalhar a interlocução com colegas em Grupos de Estudo CNPq  e atender a orientandos, coisas que não me causam espécie de forma alguma. Preciso de ânimo mesmo, pois o avançar da idade, além de periclitar a saúde e as demais potencialidades corpóreas, costuma abater o espírito aos desavisados. Não creio ser bem o meu caso esta última cláusula, visto que - até estava a comentar isto agora há pouco com um humilde Pastor amigo meu, o Ricardo, marido da Deise, via telefone - depois que um cristão devoto estuda as Institutas da Religião Cristã, de Calvino, não há mais desculpa para enfraquecer a Fé. Não há meio-termo. Sabe-se de plano, com clareza, de que lado deseja-se estar.

6. Gente, em todos os jornais que leio diariamente (são pelo menos 4) só vejo notícia ruim sobre Economia e Política, principalmente. O negócio é não ter dívidas, para passar incólume por esta crise (aliás, desde que me conheço por gente escuto que o Brasil "está em crise"...) e saber manter o bom humor. Eu sou muito abençoado, e o Lions, os Gideões e meu trabalho (especialmente este, com todos os seus desafios...) são a fonte de minha disposição positiva, além da esposa abençoada com que Deus me coroou. Sinto-me um privilegiado num mundo de tanta tristeza. Por isso que me sinto tão bem quando Deus me honra em permitir que eu sirva no trabalho como voluntário no Asilo, toda quinta feira. É uma fonte de alegria esperar por quinta feira!!

domingo, 15 de novembro de 2015

Kelci Lewis...

Kelci Lewis

Katerra Lewis
Fotos obtidas agora (via Google Images) de 
http://www.mirror.co.uk/news/world-news/boy-8-charged-murdering-baby-6812100

A notícia que mais (me) impactou recentemente foi o motivo do passamento da bebê Kelci Lewis (um ano de idade),  assassinada por um garotinho. Ele, de oito anos, será indiciado segundo as leis do estado americano de Alabama. A mãe da bebê, Katerra, que também será indiciada (por homicídio culposo), havia saído pra balada com uma amiga, deixando sozinhas as seis crianças (nenhuma com mais de oito anos de idade) com quem viviam em casa.

O menino, que não era aparentado, espancou Kelci 'porque ela não parava de chorar', segundo a polícia da cidade de Birmingham, onde ocorreram os fatos. Esta notícia apareceu também no jornal Folha de São Paulo (Ano 95 #31.634, 12/11/2015, Cad. Mundo, p. A-15). 

Este tipo de acontecimento suscita diversos questionamentos, inclusive sobre o problema do Mal - porque Deus, amor infinito, permite este tipo de coisa (a questão já começa na forma desta frase, mas é complicado analisar agora - fica a dica). Isto já me perturbou anteriormente, quando ignorava a Palavra. Era uma das razões pelas quais minha ficou abalada até os alicerces (faz tempo isso!). O que me resgatou definitivamente foi a leitura das Institutas, de Calvino, fato que já relatei aqui. Mas imagino o que pensam aqueles que não buscaram na fonte o entendimento de tais desafios. Fica difícil conciliar a paz de Espírito, seguramente, pois esta esfera aqui  não tem muita 'lógica' mesmo.

Na verdade, o sistema todo se-nos mostra embaçado e confuso se vemos somente suas partes - o todo é necessário pra averiguar as parceladas expressões. Não tem sentido mesmo o mundo se visto parcialmente (esta é uma das causas de suicídio - falta de sentido para a vida, que se revela como um absurdo mesmo, visto deste prisma). Precisamos de um marco que organize estas expressões, por vezes dissonantes. A Religião foi para mim este critério. Cada um deve buscar e vivenciar por si mesmo - ainda que tenhamos guias e mestres, o nosso relacionamento com Deus é particular e único; é uma relação pessoal. Só Ele poderá conferir ao vivente a Paz no coração. Além disso só Ele poderá responder a algumas perguntas que nos deixam aqui atazanados...

sábado, 24 de maio de 2014

Frio, chuva e Institutas!


Foto obtida agora (via Google Images)  de
http://www.luizberto.com/alem-do-que-se-le-uma-coluna-de-luciane-trevejo/medo-da-chuva

É mais ou menos esta imagem que eu vejo aqui do meu escritório.  Ao contrário de muitas pessoas que ficam triste com este tempo, eu fico muito feliz - lembro-me da infância, onde ficava 'horas' admirando este milagre, e o quanto a chuva é benéfica. Quando existem tragédias por causa de inundações no mais das vezes a culpa é do desmatamento e más escolhas de onde colocar a residência, etc.

Faço uma certa meditação olhando a chuva intermitente. Consigo pensar, cogitar, refletir por horas, se necessário - treinei na juventude a meditação Zen, e acho que preciso voltar a praticar. Estou muito desatento!

foto obtida agora (via Google Images) de
http://zenways.org/zen-study/sitting.html

Espero que este friozinho permaneça, pois tivemos muito calor nestes últimos semestres - nem digo 'meses'... e tem gente que não acredita nas mudanças climáticas! Já disse que estou economizando dinheiro para colocar um ar-condicionado; eu não gosto deste aparelho, mas estou me rendendo à necessidade. À noite fica  'impossível' dormir, imagine...

Estou lendo novamente as Institutas (Instituição da Religião Cristã), obra prima de João Calvino. Um é o alimento para o corpo, e outro para o espírito. Neste, depois da Bíblia, é a obra que me alimenta mais!

Quer uma dica legal? Tem um site bem interessante para quem gosta de estar 'antenado' em ferramentas digitais, é o Olhar Digital - http://olhardigital.uol.com.br/  tem muitas dicas e novidades. Eu peguei um programa bem legal, que está no link  ('copie e cole'...) http://olhardigital.uol.com.br/download/41065/41065?oid=0 e acho que você poderia inspecionar...

Amanhã é o último dia do torneio de Sumô de maio - não houve grandes surpresas, apesar de resultados inesperados (como sempre acontecem). A luta só se decide na hora mesmo; bem, a não ser que se faça trapaça - há tempos, até um torneio foi cancelado quando se descobriu uma rede de resultados 'armados'. Deu grande confusão e muita gente foi banida, até um Yokozuna, imagine!!

Hoje e amanhã vou produzir as provas de final de semestre - que preguiça!!  Mas faz parte, que fazer; quem sabe um dia inventam algo melhor para mensurar a aprendizagem...

Imagem obtida agora (via Google Images) de
http://www.shambhalastudios.com/zen-meditation-and-mindfulness-for-insight-course

domingo, 30 de setembro de 2012

Palestra SAF - Sociedade Auxiliadora Feminina

Gravura realizada no Asilo SV de Paulo
São João da Boa Vista (SP)

27 de setembro de 2012: Neste dia, à noite, proferi uma palestra para a Sociedade das Senhoras da Igreja Presbiteriana onde congrego. Realizou-se no apartamento da Ana Cláudia Sensini, que ficou quase apertado, com tantas participantes. Foi muito legal, como sempre. É uma bênção ser convidado a falar para mulheres tão dedicadas, animadas. É uma ocasião de aprendizado mútuo, mas muito alegre e acolhedor. Iniciei a fala com a leitura solene de Provérbios, 8: 14 - Meu é o conselho, e a verdadeira sabedoria, Eu sou o Entendimento, minha é a fortaleza. 'Descobri' este versículo dias atrás, e vi por bem compartilhar esta riqueza com aquelas pessoas tão especiais, visto que podemos sofrer, uns mais, outros menos, reações psicossomáticas adversas a algo que desconhecemos, tememos. 

Falei sobre a onipresente ansiedade que todos (principalmente as mulheres) experimentamos nestes dias. Utilizei uma imagem que traduz a inter-relação de 3 áreas importantes de nossa vida equilibrada: a do banquinho de 3 pernas, com o Trabalho, a Família e o Auto-Cuidado como elementos essenciais ('auto-cuidado' é aquilo que somente eu posso fazer por mim mesmo, como alimentar-me bem, praticar atividade física, estudar e ter lazer, entre outras). Quando falta ou é mal cultivado qualquer destas 3 'pernas' do banquinho da vida, ele cai... Temos que distribuir nosso empenho e atenção para estas 3 instâncias, igualmente.

A vida moderna, com a avassaladora velocidade e extensas mudanças, determina que tenhamos mais e mais ansiedade, propiciando a aparecimento e manutenção de muitos outros problemas associados. Falei daquela figura de um passarinho alimentando tranquilamente seus filhotes em meio a uma turbulenta cachoeira que fazia o maior barulho. Isto, para dizer que ter paz é manter-se em paz mesmo em meio à bagunça e bulício que somos acometidos, somos lançados...

Refletimos  sobre algumas passagens bíblicas que orientam a respeito deste problema, como por exemplo, Filipenses 4: 6 e 7: Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.  Aqui vemos como primeira 'chave', a necessidade de oração, ainda que Deus saiba, antes de proferirmos ou peticionarmos, o que necessitamos. E nossos sentimentos, via Cristo, que é nossos modelo e meio de conhecer a Deus!

De Provérbios 8: 14 acima, aprendemos que nossa Fé é racional, informada, meditada, refletida em profusão. Assim, a segunda 'chave' é precisamente cultivar, também pela inteligência, nossa compreensão da vontade do Pai Celestial. Temos que estudar a Palavra, e isso diariamente. Neste ponto relembrei o enorme tesouro que temos na obra de Calvino, as Institutas da Religião Cristã, como um perfeito manual para aprendermos sobre a Bíblia. 

As promessas que temos sobre conhecer a vontade do Pai Celestial para afastarmos a ansiedade são inúmeras, mas na oportunidade apontei duas que me são caras: Salmos 37: 3 a 5 - Confia no SENHOR e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado. Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará. Quão difícil é entregar nossos caminhos a Deus... Confiar e nos deleitar implica a Fé, mas também conhecê-Lo, pois Ele se nos revela, mas nossa mente é por demais tacanha, teimosa, tendenciosa... Temos que ler os melhores livros, aprender com os doutos mestres que Deus nos provê, como Calvino.

E, finalmente, refletimos sobre Provérbios 3, de 5 a 10 - Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal. Isto será saúde para o teu âmago, e medula para os teus ossos. Honra ao SENHOR com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; E se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares. 

Aqui temos a terceira 'chave': confiando (e não priorizando nosso próprio entendimento...), mas usando a inteligência para re-conhecer a Deus e Sua vontade, tenhamos a certeza que Ele vai endireitar nossos caminhos (que não tem que assim ser 'ansiosos'...) e por extensão, com nossos talentos, nossos bens e ganhos, façamos a nossa parte para realizar a obra do Pai aqui na terra. Não que Ele precise de nós, mas comissionados por Cristo para isso, e também como medida de nossa gratidão por tantas graças que recebemos, continuamente, e isto tudo para honra e glória somente do Deus Eterno.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Basta uma só palavra...

imagem obtida agora de:
http://www.ecclesia.com.br/sinaxe/mateus-4.html

Hoje cedo me emocionei novamente (já falei desta perícope em 23 de dezembro de 2011...) quando da leitura e meditação da passagem que vemos em Lucas 7: 1 a 10. Vejo que isto revela o meu maior problema espiritual (e o cerne das minhas orações): minha formação acadêmico/científica determina que minha alma sempre se apoquente com detalhes mundanos sobre os relatos bíblicos, criticando-a, questionando-a. Normalmente não consigo evitar a emergência destes intimoratos movimentos. No final, quanto mais estudo e medito (em especial pelo ensino de Calvino nas sua magistral Institutas), sempre se reafirma em meu espírito a veracidade existencial/sobrenatural da Revelação para mim.

Como a Palavra tem o poder de nos mover o espírito, consoante nosso desejo de a assimilar, de a 'beber' como o vero alimento que nos dá sentido e alento... Procuro ponderar o celestial ensinamento, a partir da preparação da solitária oração, como aprendi. Escolho diariamente as primeiras horas da manhã para cumprir este mandato, onde o silêncio impera e quando nos encontramos, com sublimidade, imensamente gratos pela saúde, pela noite de sono reparador, e pelo desjejum; enfim,  vivenciando as inúmeras bênçãos que somos detentores, sem o merecermos.

Sou profundamente grato ao Pai Eterno por ter me resgatado do lodaçal  (Salmo 69: 2 e 14) onde pensava ser feliz, e me ensinar sempre o caminho que devo perseverar (Salmo 86:11).

Oro para que Sua vontade soberana seja a régua e o crivo onde minha vida deva prosseguir pois, como sei, sou dEle (Salmo 33:12).

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Do libreto de fábulas: Os Gansos e as Garças...

gravura obtida hoje de
 http://www.reporterdiario.com/blogs/ocorvo

Conta a fábula de Esopo (Jack Zipes' AESOP'S FABLES, Londres: Penguin Books, 1996, Penguin Popular Classics #20, fab. n. XCII, p. 95) que alguns gansos e garças estavam certo dia alimentando-se conjuntamente no mesmo campo quando uma armadilha caiu repentinamente sobre eles e elas. Desde que as garças eram mais magras e leves, elas puderam  voar facilmente e escaparam das redes da emboscada, do alçapão. Os gansos, entretanto, de certo modo presos ao chão pelo seu peso, não puderam alçar vôo tão facilmente e foram todas capturadas. Moral da história: Aqueles que são apanhados não são sempre os que tem maior culpa...

Longe de mim interpretar mal esta pequena estória. Quero 'filosofar' apenas num pequeno aspecto. A palavra culpa é por demais danosa em seus efeitos em nossa alma e, por vezes, nos apoquentamos, nos mortificamos desnecessariamente. Não creio que a maior parte dos arrependimentos ou tristeza em situações (principalmente de injustiça) se deva a auto-piedade ou desalento com o infortúnio, e sim com o fato de não podermos nos defender, de um lado ou, de outro, por estar a sofrer-se a desdita por ter agido bem, corretamente. 

Chega-se, em certos casos, a se arrepender da bondade ou da correção, da retidão,  que acreditamos fazer parte de nossa personalidade. Imagine: arrepender-se por ter agido bem, e somente pelo resultado não ter saído como esperado. É o maior conflito interior, horrível de se vivenciar! Mas este sentir se revela no seu possuidor como resultado de um raciocínio superficial, rasteiro, limitado. 

Uma alma assim ao que parece, ressente-se de não ter lido mais, não ter estudado sobre o testemunho de tantos que sofreram injustiças (até alguns com a própria vida), faltando um certo lastro de valores que instrumentalizem a tomada de decisão consciente de nossas condutas em situações de crise, que nos sobressaltam de qualquer forma.

Temos que agir bem porque é correto em si, e não porque vamos sofrer consequências se agirmos mal. Aquele ou aquela que não detém um estoque de virtudes que o(a) habilitem a agir da melhor forma no dia-a-dia não é mais do que uma folha ressequida ao sabor do vento ou das chuvas, que nem precisam ser assim, digamos, torrenciais.

O ser humano, como bem identificou Calvino (principalmente na sua obra prima As Institutas da Religião Cristã) e tantos outros, é um ser decaído, corrompido, tendente ao mal por natureza. Temos que nos vigiar constante e inexoravelmente, pois estamos tanto mais perto de Deus quanto podemos estar, no momento seguinte, nas garras do arrenegado, do beiçudo, do capeta, do demônio, do lúcifer, do mofento, do rabudo, do satã, do temba, do tinhoso...

Portanto, nada de desanimar; vamos ser tentados e provados nesta terra, e o perigo vem tanto de nós mesmos, por causa de nossa mente imperfeita, quanto do nosso próximo, imperfeito tanto quanto nós mesmos. 

domingo, 25 de setembro de 2011

115a. postagem... reflexões sobre uma porção da espiritualidade

Gravura obtida hoje de
http://www.viadelsole.it/cycling/cycling-Sicilywhole.htm
(é um site para pessoas que querem percorrer a Sicília,
na Itália, de bicicleta... interessante!)

          Hoje vou contar algo caro para mim. Como aqueles que me acompanham devem saber, fui batizado desde nenê na Igreja Católica Romana (fui crismado quando adolescente, e realizei meu primeiro casamento nela também). Estive no catecismo, tinha Bíblia, minha mãe realizava reuniões com a filharada para discutir pontos da doutrina. Devo muito aos meus pais, católicos caridosos, comprometidos, fiéis na Oração - sempre admirei ver os dois recitarem o Terço ou o Rosário e via que realmente Jesus preside onde dois ou mais estão reunidos em Seu Nome.

          Como sempre gostei de Psicologia da Religião, estudei muito o Zen-Budismo, em especial o da seita Sotô. Fiz meus votos no Templo Bussingi, do bairro da Liberdade, em São Paulo (cheguei a conhecer a casa antiga, antes da demolição e da construção do belíssimo tempo de madeira, que existe hoje no local; fiz muito 'retiro' lá - fins de semana de estudos e meditação intensivos). Estes votos leigos são para auxiliar ao budista a observar determinadas práticas que, visto em sua essência, nada se opõem à vida santa requerida dos cristãos. Aprendi a acalmar a mente realizando muito zazen - ficar horas com os olhos semicerrados, olhando para uma parede, sentado numa almofada (de nome 'zafu' - tenho ainda hoje uma que ganhei de presente da amiga Helena Hiromi Hayashia - saudades dela, mora em Rio Claro com os irmãos e sua mãe, uma adorável japoneza que aprecia a milenar luta nipônica de Sumô, como eu) circular típica desta tradição.

          Quando fui ao estado de Mato Grosso do Sul (trabalhar como Consultor numa cidadezinha chamada Sidrolândia) converti-me e batizei toda a família na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, conhecida como os Mórmons. Obtive o Sacerdócio Aarônico e posteriormente o Sacerdócio de Melquisedeque; fui ordenado Sumo Sacerdote e cheguei a ser segundo conselheiro na Estaca de Rio Claro (SP) que, à época, abrangia uma região eclesiástica enorme, o que obrigava aos oficiais da Igreja percorrerem vasta kilometragem para visitar as capelas sob sua jurisdição. Foi uma época de enorme aprendizado, sob a orientação do meu querido Presidente Odival Luciano Barbosa, um vero homem de Deus, humilde, dedicado, honrado em todos os sentidos. Conheci ali muitos homens e mulheres que praticam realmente a caridade e humildade do Cristo.

          Por força de inúmeras reviravoltas da vida, cheguei ao conhecimento da Fé Reformada, postulado por Calvino, e fiz a Profissão de Fé, sendo batizado na Igreja Presbiteriana da Vila Brasil. Hoje congrego na pequena Igreja Presbiteriana do Jardim, em Santo Antonio do Jardim, uma cidadezinha rural, distante uns 20 km  aqui de São João da Boa Vista.Vejo que o Plano de Deus para mim culminou na chegada deste conhecimento e espiritualidade que hoje detenho, somente quando pude efetivamente compreender estas verdades do Evangelho.

          Trabalho em asilos mantidos por obreiro(a)s ordenados e leigos, ligados à tradição católica. Relaciono-me maravilhosa, 'celestialmente' com eles, pois vejo que os move a pura caridade de Cristo. Conheci e conheço monges budistas, padres santos (não direi nada dos réprobos), pastores mórmons santos (e desviados também), e conheço pastores crentes santos e também ímpios. Conheço batistas, espíritas, assembleianos e congregacionistas maravilhosos, honestos, praticantes fiéis e que honram a Deus. Felizmente aprendi a separar doutrina das pessoas, igreja de seus dirigentes, que são imperfeitos como eu também (muito) o sou. Sempre que decidi reorientar meus caminhos espirituais, isto deveu-se a conjecturas, reflexões, oração e convicções que fui percorrendo ao longo de minha estada nesta esfera (que sei que não passa de um átimo, um estalar de dedos). 

          A grande formação espiritual que obtive foi efetivamente na família de meus pais, que educaram cinco filhos no amor e no seus exemplos de fidelidade ao Cristo ressurreto, como pedagogia prioritaria. O resto que detenho foi-me acrescentado nesta base, nesta rocha, como ordena a Palavra, no que foram fiéis meus pais, desde o início. 

          Tenho tristeza pelo estado decaído da humanidade que nos compele (todos os crentes) a perfazer caminhos doutrinarios dentro do Cristianismo vistos como antagônicos. Sei que a Palavra é uma, mas os homens vão sempre interpretá-la segundo suas propensões históricas, políticas, sociais, antropológicas, ... (quaisquer que sejam os motivos, as rubricas que se arroguem os homens ou sua liderança). Estudando a doutrina romanista, a luterana e a reformada (só para circunscrever neste momento minhas meditações), vejo que compõem sistemas articulados ao longo dos séculos, em grande parte realmente elegantes, pela mão de doutos (alguns nem tanto...) teólogos que encerram argumentações extensas, que exigem laborioso escrutínio.

          Ao fim e ao cabo vejo que, para efetivamente se auferir a Luz, o desejo de Deus a nosso respeito, necessita-se averiguar onde a Lógica (assistida pelo Santo Espírito), de um lado, e a fundamentação bíblica per se, de outro,  sustentam as intelecções que se postulam (entre as variegadas correntes) para afirmar para nós, incultos, x ou y ser a Palavra de Deus. De mim, agradeço aos Céus, depois de tudo o que já vi e vivi em família original e na família da Fé, ter-me chegado obras como as Institutas da Religião Cristã, de João Calvino, e a Teologia Sistemática, de Louis Berkhof, que pacificaram minha mente, no requisitos que aludi no começo deste parágrafo. Ao Deus Eterno seja para todo o sempre toda a Glória e Louvor!

sábado, 9 de julho de 2011

'Esfinge' (ou minha Mona Lisa), fábula e outros comentários.

Ruth Barroso - meu arquivo pessoal

          Sim, é Bilú, em foto normal (ela pediu para não colocar, sabe como é mulher vaidosa; mas é ela, 'total', misteriosa, uma 'Mona Lisa' com estes olhinhos tristes que me cativa, e é a ilustração do que quero iniciar este post) do dia-a-dia. Uma mulher como as outras, mas tão especial - minha esposa! Disse dos olhinhos tristes porque ela tem tantas memórias e lembranças que me esconde, como uma esfinge a ser decrifrada - pergunto a ela a razão da tristezinha e ela nunca me diz (bem, às vezes sim, depois de muito implorar...). Mas o normal é ve-la enigmática,  sorumbática, ensimesmada, em vero solipsismo. Entendo-a. Vivi muitos anos da adolescência assim, organizando meus pensamentos confusos, mesclados. Passava horas no quintal de casa (que saudades da rua 3, #95, em Rio Claro, em frente ao Velo Club; um dia preciso fazer um post desta casa, onde moramos por 45 anos...) cogitando, cismando  (penso que nestas fases muitos se viciam em cigarro ou bebida ou algo pior - é complicado confrontar-se; felizmente, pela Graça de Deus, tive pais ótimos que pavimentaram bom caminho, sem perigo de desvio ruinoso, como tanto se vê hoje em dia). Mas o assunto é Bilú: que rica vida interior, seguramente! Mas ela não compartilha muito, a não ser que eu me aproxime com jeito e na hora dela, que coisa!  Mas vale a pena; que bom seria se tivéssemos nos encontrado antes - era com ela que eu tinha que ter minha prole; estariam todos perto da gente, e ambos curtindo nossos netos e uma vida como deve ser, não esta solidão de casal que ninguém nota, ninguém priva... Paciência.

toalhas de fio barbante (por Ruth Barroso)

          Vejam estes caminhos de mesa. Fotografei-os pelo celular Nokia agora cedo. Clique na foto para ver melhor os detalhes. Imagine que Bilú elabora estes intrincados trabalhos numa tarde!  Que velocidade... Ela maneja a pequena agulha com tanta maestria que fico embasbacado. Ela diz que aprendeu com sua querida avó Maria (de sua mãe Lourdes, minha querida sogra - já vi Bilú fazendo de olhos fechados os complexos pontos!) e que é sua 'terapia' - quase a invejo. Tenho as minhas terapias também, como escutar hinos sacros antigos (tenho 20 CDs instrumentais,  presentes de minha querida filha Marília quando fui a visitar nos Estados Unidos,  são quase 400 preciosas obras musicais) ou ler, ler, ler... (antes, montava aviões em miniatura e aeromodelos de madeira de balsa, e colecionava moedas quando criança; na faculdade, fumava cachimbo).

          Continuo relendo, estudando As Institutas da Religião Cristã, de João Calvino, sua obra prima.  Que obra maravilhosa, quanto esclarecimento. Estou no volume II (são quatro) realizando novamente ali a intelecção sobre o arrependimento. Aprendi muito sobre o perdão divino e sobre o confessar  de nossos pecados. Como saber com clareza sobre a Vontade de Deus se não nos aplicarmos a desvendar, mediante nossa limitada mente, a Palavra? Graças dou ao meu Pai Celestial ter chamado a Calvino para nos ajudar, com sua imensa erudição e disciplinada argumentação, a controlar nossa mente carnal e incompleta inteligência, colocando em ordem cristalina e inequívoca o santo ensino, de modo a que possamos discernir o Plano que Deus tem para nós, sem desvios das nossas crendices e desejos pessoais! Que santo privilégio termos As Institutas em nossas mãos! É o melhor livro, depois da Bíblia... Para mim, consigo entender de modo explícito, evidente, a Palavra, sob Calvino e suas meditações e preciosa reflexão fundada  somente nas Escrituras. Uma alma santa, alçada pelo Pai em nosso favor, como Agostinho, Lutero e tantos outros.

          Agora, uma fábula. Escolhi hoje a de número LXVI, do libreto já citado em outros post. Chama-se O Vento e o Sol. Conta a quimera que... Certa vez o vento e o sol tiveram uma discussão sobre qual era o mais forte dos dois e então concordaram em resolver a questão por meio de uma competição: aquele que primeiro fizesse um viajante tirar seu paletó seria reconhecido como o mais poderoso. O Vento iniciou e soprou com toda sua força, levantando uma rajada de ventania fria e aterradora como uma tempestade do Alasca. O mais fortemente ele golpeava, mais apertado o viajante segurava em si seu paletó com as mãos. Então o Sol surgiu, e com seus raios abundantes dispersou as nuvens e o frio. O viajante sentiu a súbita mornura e, assim como o sol  foi brilhando mais e mais, ele sentou-se, dominado pelo calor e, abrasado,  jogou seu paletó ao chão.

          Dessarte, o Sol foi declarado vencedor e, desde então, a persuasão é apreciada em mais elevada estima do que a força. Realmente, um alvorecer luminoso ou as gentis maneiras abrem mais prontamente o coração das pessoas do que todas as ameaças e a força de uma tumultuosa autoridade. 

          Gosto desta fabela pois encerra precioso ensinamento - temos que aprimorar os modos pelas quais a alma humana é alcançada, mesmo as mais encapsuladas e renitentes em se desvelar (em especial as femininas...). Que esfuziante desafio! Mas o importante é auferirmos  a regra geral de que mais vale usar a razão, a calma e a persistência (o que se nos custa...) para demonstrar ao próximo o acerto de nossas idéias (o quanto seja, cremos,  errônea a do outro) do que fazer, como muitos, por preguiça ou impaciência ou incapacidade, uso da força, do 'argumento baculino' (de báculo...).

Ruth e uma de suas melhores amigas,
a sua colega de faculdade, a querida Lígia.
( foto por Lucas V. Dutra )

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Pós-páscoa...

Página de rosto da 1a. edição em Latim, 1536

Iniciei outro dia a releitura da famosa obra INSTITUTAS (A Instituição da Religião Cristã), de João Calvino (1509-1564). Esta figura acima digitalizei da versão de 2006 - edição especial com notas para estudo e pesquisa, de 4 volumes - da Editora Cultura Cristã (SP), tradução do original francês de 1541, realizada pelo Pr. Odayr Olivetti, que por sinal mora 'aqui do lado', em vizinho município de Águas da Prata (conheço-o pessoalmente; é uma simpatia este senhor, bem como sua esposa). Existe uma outra tradução, pela esta mesma editora ('Edição Clássica', baseada na edição de 1559), realizada pelo Prof. Waldyr Carvalho Luz. Existe outra tradução também em nosso meio, realizada pela UNESP, com 904 páginas, de 2009. É a melhor leitura, depois da Bíblia.

Nesta páscoa fomos a Campinas, passando por Rio Claro, e aproveitei para 'fuçar' livros na Livraria Saraiva - achei outra obra clássica de Calvino, "A verdadeira vida cristã" (4a. ed., São Paulo: Fonte Editorial, 2008, 86 páginas) - não temos a data original.

Encomendei também, por indicação do Professor Paul Freston na revista Ultimato de março-abril 2011 (p. 50-51) a obra do renomado filósofo espanhol Julián Marías de nome 'A Perspectiva Cristã' (SP: Martins Fontes, 2000), edição espanhola de 1999. O professor tece ótimos comentários sobre a obra em tela, e creio que será importante aquisição para minha biblioteca...

O chato é que não consegui conhecer minha neta, Nicolle - seus pais foram a Petrópolis. Esperava poder ir a Sorocaba no sábado... Mas Mariana escolhe ir no Estado do Rio sempre que pode, em vez de ver seu velho pai aqui, que fica BEM mais perto... paciência!  Colhemos (e colheremos) o que plantamos...