A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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quinta-feira, 4 de abril de 2013

O cavaleiro careca

Gravura obtida agora (via Google Images), de
http://englishaesop.blogspot.com.br/2011/03/boothby-bald-knight.html

Conta a fábula de Esopo (nro. CXXXVII, p. 144 do libreto costumeiro...) que um cavaleiro estava ficando velho e seu cabelo estava caindo. Quando a falacrose, a alopecia, a peladura se instalou, decidiu esconder sua imperfeição usando uma peruca. Certo dia, caçando com alguns amigos, foi surpreendido com uma rajada repentina de vento que arrancou seu adereço da cabeça, expondo a calvície. Seus companheiros não paravam de caçoar da cena, e o cavaleiro era quem, afinal, mais se divertia, rindo mais alto que todos. "Como pude esperar manter cabelo estranho em minha cabeça", ele observou, "quando nem os meus próprios querem mais aqui ficar??"...

Tarefa difícil nos desapegarmos de certos 'adereços'  de que nos revestimos, tudo no intuito de agradar aos outros... Que coisa triste esta necessidade que cedo já nos domina; desde pequenos parece fazer vir parte de nossa personalidade!  Não sei ao certo a origem, se das falas paternas e/ou dos amigos, das leituras e filmes que assistimos, ameaçando-nos de danação certa se nos indispomos com os outros, se não os agradamos de tal ou tal modo... - muitos acabam ficando neuróticos com isso, perdurando a vida toda tal inclinação. Chega às raias do absurdo em certos casos. Tem pessoas que nos perseguem somente porque acham que não as apreciamos como 'merecem'... vai entender!

Nas minhas leituras e reflexões matinais da Palavra vi uma instrução a este respeito. Nunca conseguiremos efetivar este intento de agradar ao próximo, pois eles e elas são tão diversos em seus anseios e, não bastasse isso, mudam a todo momento suas 'exigências'. Sofremos como cão vadio tentando satisfazer aos outros, na esperança que nos retribuam - e o problema sempre será a 'contabilidade' deste mercadejar 'afetivo' da amizade. Sempre achamos que os outros nos devolvem menos do quanto/aquilo que 'investimos' neles... A solução dos céus é a velha máxima - só Deus não nos decepciona, e devemos colocar nossas vidas em Suas mãos, para sermos realmente satisfeitos e gratos. A qualquer cálculo que fazemos, vemos que somos imensamente devedores da Providência, e a paciência, o perdão, a misericórdia que o Pai Celestial nos concede desde sempre são imensuráveis...   

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O assunto chato de novo...

Gravura obtida agora de
http://www.layoutsparks.com
(site muito interessante!!)

Volto ao tema da morte, comentando um fato que, a cada vez, mais se torna presentificado em nossas vivências: o elevado número de mortes nas estradas e cidades (em especial nos feriados), envolvendo uso imoderado de álcool.

O que mais chamou a atenção é uma recente decisão de nossos nobres juristas, ratificando o direito da pessoa não produzir prova contra si mesmo, portanto sendo lícito alguém negar-se a fazer o teste do "bafômetro"... Que país o nosso; enquanto isso, os assassinos motorizados podem continuar ceifando vidas e respondendo a processo em liberdade, pagando um montante que a autoridade policial determina. Sei que culpar não resolve, mas nossos políticos são o retrato de nossa sociedade 'amadora' como costumo dizer - aqui tudo é feito de qualquer jeito, improvisado, sem esmero, o que redunda em leis inócuas e abusos de todo tipo.

Para a sociedade fica a dor daqueles familiares que sobrevivem ao falecido (quando não morre, é comum as lesões dos acidentes deixarem a pessoa incapacitada, entravada no leito, vegetando, presentificando o enorme sofrimento) e enormes gastos num sistema de saúde que já não é 'aquelas coisas', para dizer sem querer ofender.

Quanto à morte... é o tema que, quanto mais velhos ficamos, mais se nos apresenta à consideração. Sei que meus pais são bem mais velhos que eu (e, curiosamente, encontrando-nos volta e meia, como agora na Páscoa, o tema vem à tona, ainda que meus genitores, cristãos esclarecidos, consideram, como eu, a morte como a libertação das agruras desta esfera, e a entrada na Beatitude) e eu, mais velho que meus filhos e netos, mas nada garante 'quem vai' primeiro... Não tem um ou uma que não se atemorize com a aniquilação final, com 'o abotoar do paletó', em 'vestir o paletó de madeira'... No fundo, é o desconhecido, o ignoto, aquilo que o bicho-homem mais teme!

Eu já tenho bem equacionada a questão - ninguém voltou do outro lado para dizer como é. Estes relatos de pessoas que 'estiveram lá', as narrativas de retorno ao corpo depois de estar morto, presenciando aura de luz, etc., não tem qualquer respaldo científico que evidencie crença inequívoca quanto à sua suficiente veracidade. Não é ceticismo tacanho; sabe-se que temos que ter normas e princípios para discernir, senão passa-se a acreditar em tudo e em todos, o que é, no mínimo, arriscado.

Como crente (e cientista, sabendo a diferença e alcance destes dois Magistérios) opto pela  explicação que outros já (brilhantemente) trilharam. Mas digo o meu critério: com Esopo (seculos VII e VI antes de Cristo), admirado fabulista, penso que "todas as verdades tem dois lados, e convém examinar muito bem os dois antes de se comprometer com qualquer um deles".  E como Cristo ensinou (está lá no evangelho de Mateus), Sufficit diei malitia sua, que quer dizer, A cada dia bastam as suas tribulações.


[para quem gosta do tema, sugiro ler o interessantíssimo artigo de Cezar Luís Seibt, 'Sêneca e a finitude da vida - o que a finitude pode ensinar sobre o viver', revista INTEGRAÇÃO, ano XV, nro. 59, outubro-novembro-dezembro de 2009, páginas 371 a 378. Neste artigo aprendemos que o modo de encarar a morte tem a ver com o modo de encarar o viver...]

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Outra do meu fabulário predileto...

 figura obtida de http://www.apaginadomonteiro.net/textos_soltos.htm

Hoje comento outra pequena fábula de Esopo, que está à página 12 do livrete já aludido anteriormente. Chama-se "O corço e sua mãe".  Fala sobre um gamo novo que contende com sua paciente mãe. Conta-se que um dia um corço disse à sua mãe, "Você é maior do que um cão e bem veloz. Você tem também uma notável resistência e chifres para defende-la. Porquê então, Mãe, você tem tanto temor da matilha?" Ela sorriu e disse: "Eu bem sei disso tudo, minha criança. Mas tão logo eu ouço o latido de um cão eu me sinto desfalecer e fujo tão rápido quanto meus calcanhares podem me carregar". O compilador aduz à narrativa a moral da historieta: "Nenhum argumento, não importa quão convincente, dará coragem ao covarde".

Vejo todo dia pessoas que não tem, aparentemente, auto-confiança rogarem que os ajudemos (principalmente na instituição de ensino...) com algo que eles seguramente poderiam realizar sozinhos, se tentassem um pouco que fosse. Não sei  se um pouco é da índole do 'brazuca' que sonha a todo tempo angariar um patrocinador, um patrono, um 'costa-quente', como se dizia na minha terra. Quanto brasileiro vive tão-somente de uma cesta básica que alguém lhe presenteia todo mês... Seu horizonte é do tamanho do seu braço.

Do velho se diz, por vezes,  que ele (ou ela) já passou da hora de poder aprender algo novo, ou  mesmo que possa mudar sua natureza ('pau que nasce torto morre torto'). Eu, como já presenciei muita mudança em pessoas que se decidem a tal, não acredito neste determinismo que exclui a liberdade do Homem. A pessoa pode muito mais do que meramente acredita, e invariavelmente trazemos a nós mesmo a maior parte do nosso infortúnio. Mas, aqui, um expediente que muitos lançam mão é pespegar a outrem a culpa pela nossa desdita... 

E a moral da história ilustra o que de mais nefasto pode suceder ao homem: a racionalidade é posta de lado, a superstição e a mágoa dominam o pensamento do vivente, enredando-o em uma constante de danações da qual não se vislumbra saimento possível...

domingo, 1 de maio de 2011

Fábula de Esopo

obtido de
http://chato.cl/blog/es/2008/12/historia_jesus.html

Hoje vou iniciar uma série de comentários sobre o grande fabulista Esopo, cuja biografia pode ser averiguada em muitos lugares (ver, p. ex.,  http://sites.google.com/site/fabulasesopo/ e também no http://pensador.uol.com.br/autor/Esopo/biografia/). Depois da Bíblia, é tradicionalmente apreciado pelo povo como um ótimo repositório de ensinamentos úteis para a arte de bem viver. Como eu já havia comentado anteriormente, achei um libreto muito legal - bom e barato! - na livraria Saraiva (Aesop's Fables, London: Penguin Books, 1996 - Penguin Popular Classics 20, selecionado e editado por Jack Zipes) e que agora passo a traduzir e adaptar para meus comentários.

O uso de apólogos/fábulas para orientar ao simples é um recurso tradicional entre os viventes, desde priscas eras. Como se costuma encerrar a lição com uma máxima, ou um provérbio, acaba sendo um modo apreciado, inclusive pela fácil memorização. Uma afirmação dessa, um adágio ou um ditado, colocado ao final de uma estória interessante, visa sintetizar um conceito a respeito da realidade vivida, ou ainda uma regra social ou moral, e as pessoas apreciam a sutileza, a simplicidade da solução, em especial se ela é rimada ('Deus ajuda quem cedo madruga'...). Eu já acho que é bom recurso em especial para se usar com as crianças (se bem que muito marmanjo como eu também se beneficia com sua reflexão...) e até nas sessões de terapia, a ilustrar nossos argumentos.

Uma das mais conhecidas sem dúvida é a fábula da Raposa e as uvas. Conta-se que uma raposa faminta aproximou-se cuidadosa e sorrateiramente de um vinhedo onde cachos de uvas maduras e saborosas derramavam-se em parreirais tentadores. Em seus esforços para obter um suculento prêmio, a raposa pulou e saltou muitas vezes, mas falhou em todas as suas tentativas. Quando ela finalmente teve que admitir sua derrota, ela bateu em retirada e resmungou para si mesma 'Bem, que isto importa, de qualquer modo? As uvas estavam verdes!!' ...  "É fácil desprezar aquilo que você não pode obter".

Quão humano é esta reação da raposa, e vemos isto diuturnamente, inclusive em nós mesmos... sim, muitos de nós utiliza esta saída, de modo a proteger sua auto-estima. O problema é o fenômeno já modernamente bem estudado do auto-engano embutido, que transparece nas pessoas, em diferentes graus. Este tipo de estratégia (que Sartre apropriadamente rotulava de 'má-fé') se observa nas crianças também, e muitos continuam a adota-la na vida adulta. O maior mico que pagamos com esta 'solução' é, na esteira do auto-engano, imaginar que ninguém se apercebe deste nosso devaneio, da 'auto-burla' que nos impomos... O fato é que tal conduta assume, por vezes, contornos patológicos, inviabilizando a mínima convivência.

Neste mundo pós-moderno, logar-se a si mesmo  (ou ao semelhante) parece fenômeno epidêmico, não poupando idade, genero, classe social, nível de educação. A garatusa, a logração, a manganilha, a mofatra, parecem hoje, em muitos círculos, expedientes quase-aceitos, para qualquer um pespega-lo no próximo,  a qualquer título. Vemos que muitos, flagrados nesta deplorável atitude, 'não se dão por achado', e se acham espertalhões, e ficam assim, gabolas... Fazer o quê, sinal dos tempos!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Fim de férias...

Salt Lake City (UT)

Olha onde eu gostaria de estar agora... Sonho no futuro em passar boa parte do ano lá. Que lugar diferente do que estamos acostumados, mas o melhor são as pessoas, principalmente os parentes da Michelle, esposa do meu filho José Geraldo, além dos meus netos, 'óbvio'...  Estive lá por duas vezes: no casório (pensei que este termo fosse gíria, mas consta do Aurélio!) de JG e depois do nascimento do Drake, primeiro neto. O que ficou marcante foi a secura, sequidão do ar, que é bem chato até acostumarmos (leva uns dias...), o que determina o uso constante de colírios e batons labiais - também, o que se queria, é o meio do deserto! Que obra maravilhosa que estes americanos criaram, no 'meio do nada'... Vale a pena visitar! Quanta coisa para se ver...
          
Última semana de férias - preparar aulas iniciais, arrumar arquivos, averiguar estado das ferramentas de trabalho (netbook, projetor multimidia, etc). Já fiz matrícula na disciplina do mês do curso de Teologia (CPAJ/Mackenzie) - desta vez serão estudos no Pentateuco, com o Prof. Daniel dos Santos, PhD em Estudos Teológicos, com quem já tive aulas. Como a maioria dos docentes do Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper ele é muito cordial, mas exigente, como convém.
          
Bilú foi ver o pai dela, no Bairro Alegre, que fica aqui na periferia de São João, pertinho de Águas da Prata. Aproveito para blogar, ao som de AC/DC  (que beleza este CD-player com disketeira tripla...), comendo um 'mineiro com botas' - banana bem madura e queijo minas, tudo bem quente na frigideira; o sabor doce com o salgado do queijo é irresistível (desconheço a origem do nome da iguaria)! Que 'trem' bom demais; quanto disso me fez a querida vó Zizi, em Belo Horizonte, nos anos 60... saudades que não acabam mais! Esqueci de pedir isso quando da visita à Tia Cordélia mas na próxima não perdôo.
          
Nesta última visita na Livraria Saraiva comprei um livrinho bom de doer - barato e desejado de longa data! Trata-se do Aesop's  Fables (Fábulas de Esopo), da Penguin Books (Popular Classics  #20), London, 1996. A data de publicação é esta, mas não consta a data da reimpressão, pois o livro está novo e com boa apresentação, apesar de 100% recycled paper. Esta obra contem mais de 200 fábulas atribuídas ao famoso ex-escravo (pela sua sabedoria e sagacidade ele foi libertado  pelo seu dono Iadmon - veja bem, é 'iadmon'; a letra 'i' maiúscula aqui parece a letra 'ele' minúscula) contador de estórias, que viveu de 620 a 560 antes de Cristo, tendo sido comentado por Aristófanes, Platão e Aristóteles. Diversão pura, combinada por reflexão que evoca prudência!
          
Hoje à noite irei acompanhar o irmão Nathanael numa atividade na Primeira Igreja Presbiteriana - reunião dos jovens de 12 igrejas evangélicas aqui da cidade. Oramos para que esta iniciativa seja coroada de êxito: Soli Deo Gloria!!

Salt Lake City (UT)