A V I S O


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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Eclesiastes, 2: 26a

Rei Salomão
Ícone no monastério de Kizhi, na Russia
http://pt.wikipedia.org


Hoje cedo na hora matinal de estudos, um versículo de Eclesiastes me sensibilizou - diz "Ao homem que é bom diante dEle, Deus dá sabedoria, conhecimento e alegria, ..."  Na versão da notável Bíblia do Peregrino, do Padre Luís Alonso Schökel, lemos "Ao homem que Lhe agrada Ele dá sabedoria, ciência e alegria; ...". Que consoladora promessa. O que mais me espanta é que li isso diversas vezes quando jovem, mas só agora atentei, quer dizer, signifiquei em meu espírito a verdade deste versículo. 

O contraponto conhecimento (ciência) versus sabedoria, complementado com a alegria é o que interpela minha consideração. Sabedoria é saber bem aplicar aquilo que se conhece, o que se sabe, isolado ou no conjunto de outros conhecimentos (ciência). Mas saber bastante e ser sábio, sem ter a alegria, parece contradição. Quantos vemos que se julgam inteligentes, mas não tem alegria (ou pouco aparece, mas logo se vai daquelas almas). Em minha vida prestei mais atenção à alegria, apesar da importância do conhecer e de ser sábio; cedo acautelei-me de ser sábio aos meus olhos - armadilha por demais ilusória, hábil sedutora que é.  Li nas Seleções um provérbio que dizia "ria e tudo mundo vai rir com você; chore e você vai chorar sozinho..."; desde então vi que tola estratégia é ter pena de nós mesmos, ou nos fazer frágeis aos olhos dos outros, ou dar certo tom triste, macambúzio, em nossas relações. As pessoas, notadamente os brasileiros, se afastam de criaturas assim.

Mas, procurando o conhecimento e a sabedoria, como ser feliz neste mundo enganador, competitivo, de árdua labuta, de doenças e desgraças cotidianas? Nossa índole faz-nos esperar do Destino recompensas constantes se somos 'bons', trabalhadores, estudiosos, honestos, etc...  Nessa hora o homem comum olha ao alto e, se atenta para outra dimensão de verdades, que não se alcança necessariamente pelo muito esfalfar com os livros, pode começar a municiar-se de recursos para compatibilizar estas 'contradições', a aparente contraposição sabedoria-alegria. Digo aparente, porque é nossa mente em sua quichaça que assim dispõe, posto que, no fundo, inexiste necessariamente contradita entre conhecimento e felicidade, alegria - mas são coisas que diferem tanto no grau quanto na essência. 

Aquilo que confere sentido às nossas concepções e nossa práxis precisamente é o que nos faz, nos determina alegres, com, sem, ou apesar de nosso conhecimento e sabedoria do mundo. Quando se reconhece o homem ou a mulher possuidor de uma natureza, uma disposição suscetível às coisas espirituais, pode abrir-se a outra categoria de verdades, que não são, em princípio, discerníveis com os rudimentos do conhecimento empírico ou mesmo da cogitação e do razoar sobre esta humana vida (posto que parece em geral absurda e injusta).

Esta, a abertura ao transcendente, continua a ser a solução aos dilemas e ao Absurdo da existência, desde que o homem se conhece por Homem. E neste percurso a pessoa chega, ao fim e ao cabo, a Deus, que Se revela a quem O busca com sinceridade, humildando-se. Somente Ele pode nos dar aquela alegria que não se dissipa, que não se esvai, que nos faz, a todos e todas, quiescentes e serenos. Mas como saber de Deus, tão Santo e 'distante' ? Olhe para Jesus, que deixou muitas instruções e pistas de como Deus é... Se O buscarmos em primeiro lugar, com destemor, aquilo que paradoxalmente cremos que nos fará felizes, o conhecimento e a sabedoria, precisamente  nos serão então acrescentados, mas não o conhecimento enganador, que só divisa absurdos, mas a Sabedoria que não se esgota, e que nos faz efetivamente felizes.

http://www.everypicture.com/prints/barry-moser/2936/king-solomon.html