A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Unica carta de Calvino a Lutero


Carta de Calvino a Lutero, em  21 de Janeiro de 1545

         Ao mui excelente pastor da Igreja Cristã, Dr M. Lutero [i],  meu tão respeitado pai.

    Quando disse que meus compatriotas franceses [ii] que muitos deles foram tirados da obscuridade do Papado para a autêntica fé, nada alteraram da sua pública profissão [iii] e que eles continuam a corromper-se com a sacrílega adoração dos Papistas, como se eles nunca tivessem experimentado o sabor da verdadeira doutrina, fui totalmente incapaz de conter-me de reprovar tão grande preguiça e negligência, no modo que pensei que ela merece. O que de fato está fazendo esta fé que mente sepultando no coração, senão romper com a confissão de fé? Que espécie de religião pode ser esta, que mente submergindo sob semelhante idolatria? Não me comprometo, todavia, de tratar o argumento aqui, pois já o tenho feito de modo mais extenso em dois pequenos tratados, em que, se não te for incomodo olha-los, perceberá o que penso com maior clareza que em ambos, e através da sua leitura encontrará as razões pelas quais tenho me forçado a formar tais opiniões; de fato, muitos de nosso povo, até aqui estavam em profundo sono numa falsa segurança, mas foram despertados, começando a considerar o que eles deveriam fazer. Mas, por isso que é difícil ignorar toda a consideração que eles têm por mim, para expor as suas vidas ao perigo, ou suscitar o desprazer da humanidade para encontrar a ira do mundo, ou abandonando as suas expectativas do lar em sua terra natal, ao entrar numa vida de exílio voluntário, eles são impedidos ou expulsos pelas dificuldades duma residência forçada. Eles têm outros motivos, entretanto, é algo razoável, pelo que se pode perceber que somente buscam encontrar algum tipo de justificativa. Nestas circunstâncias, eles se apegam na incerteza; por isso, eles estão desejosos em ouvir a sua opinião, a qual eles merecem defender com reverência, assim, ela servirá grandemente para confirmar-lhes. 

     Eles têm-me requisitado de enviar um mensageiro confiável até você, que pudesse registrar a sua resposta para nós sobre esta questão. Pois, penso que foi de grande conseqüência para eles ter o benefício de sua autoridade, para que não continuem vacilando; e eu mesmo estou convicto desta necessidade, estive relutante de recusar o que eles solicitaram. Agora, entretanto, mui respeitado pai, no Senhor, eu suplico a ti, por Cristo, que você não despreze receber a preocupação para sua causa e minha; primeiro, que você pudesse ler atentamente a epístola escrita em seu nome, e meus pequenos livros, calmamente e nas horas livres, ou que pudesse solicitar a alguém que se ocupasse em ler, e repassasse a substância deles a você. Por último, que você escrevesse e nos enviasse de volta a sua opinião em poucas palavras. De fato, estive indisposto em incomodar você em meio de tantos fardos e vários empreendimentos; mas tal é o seu senso de justiça, que você não poderia supor que eu faria isto a menos que compelido pela necessidade do caso; entretanto, confio que você me perdoará. Quão bom seria se eu pudesse voar até você, pudera eu em poucas horas desfrutar da alegria da sua companhia; pois, preferiria, e isto seria muito melhor, conversar pessoalmente com você não somente nesta questão, mas também sobre outras; mas, vejo que isto não é possível nesta terra, mas espero que em breve venha a ser no reino de Deus. Adeus, mui renomado senhor, mui distinto ministro de Cristo, e meu sempre honrado pai. O Senhor te governe até o fim, pelo seu próprio Espírito, que você possa perseverar continuamente até o fim, para o benefício e bem comum de sua própria Igreja.

 Extraído de Letters of John Calvin: Select from the Bonnet Edition with an introductiory biographical sketch (Edinburgh, The Banner of Truth Trust, 1980),  pp. 71-73.

Tradução livre:
Rev. Ewerton B.Tokashiki

Pastor da Igreja Presbiteriana de Cerejeiras – RO.
Prof. de Teologia Sistemática no SPBC – extensão Ji-Paraná


NOTAS:

[i] Nota do tradutor: o especial interesse por esta carta, pelo que sabemos, é que ela é a única que Calvino escreveu a Lutero.

[ii] Nota do tradutor: pelo que parece Calvino se refere aos huguenotes que embora haviam assumido o compromisso com uma confissão de fé reformada, mas na prática ainda preservavam os ídolos, toda a pompa e ritual da missa católica romana. Esta prática evidenciava uma incoerência entre o ato e a convicção de fé.

[iii] Nota do tradutor: Calvino se refere ao culto como uma confissão pública de fé.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Bênçãos...


Firmina e Geraldo Vieira Dutra

Olha os meus pais no começo dos anos 70... eram bonitos, hein? Sou muito grato a eles por terem - perseverantemente - nos ensinado (meus irmãos e eu) nos valores cristãos. O ensino dos filhos é um dos aspectos mais importantes do convênio do cristão com o Pai Celestial, conforme vemos em Hebreus 12, 1 a 17. Nos versículos de 6 a 9 lemos (Almeida Corrigida e Revisada Fiel):

6 Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.
7 Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos;  
porque, que filho há a quem o pai não corrija?
8 Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, 
sois então bastardos, e não filhos.
9 Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos?

Agora idoso, vejo quanto tempo perdi em não ter reverenciado o ensino e a Palavra como devia. Mas acho que o Senhor em sua misericórdia me preservou e me resgatou, regenerando-me em definitivo nesta fase que posso finalmente entender Seu Plano Eterno. A Fé Reformada foi central nesta minha conversão. Quando digo Fé Reformada reverencio o grande teólogo João Calvino, o maior que consigo divisar.

Hoje temos muita boa instrução sobre os desígnios celestiais, fundados nas Sagradas Escrituras. Indico aqui um ótimo livro, escrito por dois pastores inigualáveis, Herman Hanko & David J. Englesma. O nome é 'Keeping God's Covenant', e pode ser adquirido no site  http://www.britishreformedfellowship.org.uk , mais especificamente  http://www.britishreformedfellowship.org.uk/index.php/books-a-pamphlets

Sou muito grato a Deus pela sua instrução e amor a uma pessoa tão viciosa como eu. Ele nunca desistiu de mim. Honrarei sempre a meus pais e a memória dos meus antepassados, pois sei que foi por eles que o Pai Celestial me ama...

Saberás, pois, que o Senhor teu Deus, ele é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e
 guardam os seus mandamentos.  (Deuteronomio, 7:  9)

domingo, 30 de setembro de 2012

Palestra SAF - Sociedade Auxiliadora Feminina

Gravura realizada no Asilo SV de Paulo
São João da Boa Vista (SP)

27 de setembro de 2012: Neste dia, à noite, proferi uma palestra para a Sociedade das Senhoras da Igreja Presbiteriana onde congrego. Realizou-se no apartamento da Ana Cláudia Sensini, que ficou quase apertado, com tantas participantes. Foi muito legal, como sempre. É uma bênção ser convidado a falar para mulheres tão dedicadas, animadas. É uma ocasião de aprendizado mútuo, mas muito alegre e acolhedor. Iniciei a fala com a leitura solene de Provérbios, 8: 14 - Meu é o conselho, e a verdadeira sabedoria, Eu sou o Entendimento, minha é a fortaleza. 'Descobri' este versículo dias atrás, e vi por bem compartilhar esta riqueza com aquelas pessoas tão especiais, visto que podemos sofrer, uns mais, outros menos, reações psicossomáticas adversas a algo que desconhecemos, tememos. 

Falei sobre a onipresente ansiedade que todos (principalmente as mulheres) experimentamos nestes dias. Utilizei uma imagem que traduz a inter-relação de 3 áreas importantes de nossa vida equilibrada: a do banquinho de 3 pernas, com o Trabalho, a Família e o Auto-Cuidado como elementos essenciais ('auto-cuidado' é aquilo que somente eu posso fazer por mim mesmo, como alimentar-me bem, praticar atividade física, estudar e ter lazer, entre outras). Quando falta ou é mal cultivado qualquer destas 3 'pernas' do banquinho da vida, ele cai... Temos que distribuir nosso empenho e atenção para estas 3 instâncias, igualmente.

A vida moderna, com a avassaladora velocidade e extensas mudanças, determina que tenhamos mais e mais ansiedade, propiciando a aparecimento e manutenção de muitos outros problemas associados. Falei daquela figura de um passarinho alimentando tranquilamente seus filhotes em meio a uma turbulenta cachoeira que fazia o maior barulho. Isto, para dizer que ter paz é manter-se em paz mesmo em meio à bagunça e bulício que somos acometidos, somos lançados...

Refletimos  sobre algumas passagens bíblicas que orientam a respeito deste problema, como por exemplo, Filipenses 4: 6 e 7: Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.  Aqui vemos como primeira 'chave', a necessidade de oração, ainda que Deus saiba, antes de proferirmos ou peticionarmos, o que necessitamos. E nossos sentimentos, via Cristo, que é nossos modelo e meio de conhecer a Deus!

De Provérbios 8: 14 acima, aprendemos que nossa Fé é racional, informada, meditada, refletida em profusão. Assim, a segunda 'chave' é precisamente cultivar, também pela inteligência, nossa compreensão da vontade do Pai Celestial. Temos que estudar a Palavra, e isso diariamente. Neste ponto relembrei o enorme tesouro que temos na obra de Calvino, as Institutas da Religião Cristã, como um perfeito manual para aprendermos sobre a Bíblia. 

As promessas que temos sobre conhecer a vontade do Pai Celestial para afastarmos a ansiedade são inúmeras, mas na oportunidade apontei duas que me são caras: Salmos 37: 3 a 5 - Confia no SENHOR e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado. Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará. Quão difícil é entregar nossos caminhos a Deus... Confiar e nos deleitar implica a Fé, mas também conhecê-Lo, pois Ele se nos revela, mas nossa mente é por demais tacanha, teimosa, tendenciosa... Temos que ler os melhores livros, aprender com os doutos mestres que Deus nos provê, como Calvino.

E, finalmente, refletimos sobre Provérbios 3, de 5 a 10 - Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal. Isto será saúde para o teu âmago, e medula para os teus ossos. Honra ao SENHOR com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; E se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares. 

Aqui temos a terceira 'chave': confiando (e não priorizando nosso próprio entendimento...), mas usando a inteligência para re-conhecer a Deus e Sua vontade, tenhamos a certeza que Ele vai endireitar nossos caminhos (que não tem que assim ser 'ansiosos'...) e por extensão, com nossos talentos, nossos bens e ganhos, façamos a nossa parte para realizar a obra do Pai aqui na terra. Não que Ele precise de nós, mas comissionados por Cristo para isso, e também como medida de nossa gratidão por tantas graças que recebemos, continuamente, e isto tudo para honra e glória somente do Deus Eterno.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Basta uma só palavra...

imagem obtida agora de:
http://www.ecclesia.com.br/sinaxe/mateus-4.html

Hoje cedo me emocionei novamente (já falei desta perícope em 23 de dezembro de 2011...) quando da leitura e meditação da passagem que vemos em Lucas 7: 1 a 10. Vejo que isto revela o meu maior problema espiritual (e o cerne das minhas orações): minha formação acadêmico/científica determina que minha alma sempre se apoquente com detalhes mundanos sobre os relatos bíblicos, criticando-a, questionando-a. Normalmente não consigo evitar a emergência destes intimoratos movimentos. No final, quanto mais estudo e medito (em especial pelo ensino de Calvino nas sua magistral Institutas), sempre se reafirma em meu espírito a veracidade existencial/sobrenatural da Revelação para mim.

Como a Palavra tem o poder de nos mover o espírito, consoante nosso desejo de a assimilar, de a 'beber' como o vero alimento que nos dá sentido e alento... Procuro ponderar o celestial ensinamento, a partir da preparação da solitária oração, como aprendi. Escolho diariamente as primeiras horas da manhã para cumprir este mandato, onde o silêncio impera e quando nos encontramos, com sublimidade, imensamente gratos pela saúde, pela noite de sono reparador, e pelo desjejum; enfim,  vivenciando as inúmeras bênçãos que somos detentores, sem o merecermos.

Sou profundamente grato ao Pai Eterno por ter me resgatado do lodaçal  (Salmo 69: 2 e 14) onde pensava ser feliz, e me ensinar sempre o caminho que devo perseverar (Salmo 86:11).

Oro para que Sua vontade soberana seja a régua e o crivo onde minha vida deva prosseguir pois, como sei, sou dEle (Salmo 33:12).

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Do libreto de fábulas: Os Gansos e as Garças...

gravura obtida hoje de
 http://www.reporterdiario.com/blogs/ocorvo

Conta a fábula de Esopo (Jack Zipes' AESOP'S FABLES, Londres: Penguin Books, 1996, Penguin Popular Classics #20, fab. n. XCII, p. 95) que alguns gansos e garças estavam certo dia alimentando-se conjuntamente no mesmo campo quando uma armadilha caiu repentinamente sobre eles e elas. Desde que as garças eram mais magras e leves, elas puderam  voar facilmente e escaparam das redes da emboscada, do alçapão. Os gansos, entretanto, de certo modo presos ao chão pelo seu peso, não puderam alçar vôo tão facilmente e foram todas capturadas. Moral da história: Aqueles que são apanhados não são sempre os que tem maior culpa...

Longe de mim interpretar mal esta pequena estória. Quero 'filosofar' apenas num pequeno aspecto. A palavra culpa é por demais danosa em seus efeitos em nossa alma e, por vezes, nos apoquentamos, nos mortificamos desnecessariamente. Não creio que a maior parte dos arrependimentos ou tristeza em situações (principalmente de injustiça) se deva a auto-piedade ou desalento com o infortúnio, e sim com o fato de não podermos nos defender, de um lado ou, de outro, por estar a sofrer-se a desdita por ter agido bem, corretamente. 

Chega-se, em certos casos, a se arrepender da bondade ou da correção, da retidão,  que acreditamos fazer parte de nossa personalidade. Imagine: arrepender-se por ter agido bem, e somente pelo resultado não ter saído como esperado. É o maior conflito interior, horrível de se vivenciar! Mas este sentir se revela no seu possuidor como resultado de um raciocínio superficial, rasteiro, limitado. 

Uma alma assim ao que parece, ressente-se de não ter lido mais, não ter estudado sobre o testemunho de tantos que sofreram injustiças (até alguns com a própria vida), faltando um certo lastro de valores que instrumentalizem a tomada de decisão consciente de nossas condutas em situações de crise, que nos sobressaltam de qualquer forma.

Temos que agir bem porque é correto em si, e não porque vamos sofrer consequências se agirmos mal. Aquele ou aquela que não detém um estoque de virtudes que o(a) habilitem a agir da melhor forma no dia-a-dia não é mais do que uma folha ressequida ao sabor do vento ou das chuvas, que nem precisam ser assim, digamos, torrenciais.

O ser humano, como bem identificou Calvino (principalmente na sua obra prima As Institutas da Religião Cristã) e tantos outros, é um ser decaído, corrompido, tendente ao mal por natureza. Temos que nos vigiar constante e inexoravelmente, pois estamos tanto mais perto de Deus quanto podemos estar, no momento seguinte, nas garras do arrenegado, do beiçudo, do capeta, do demônio, do lúcifer, do mofento, do rabudo, do satã, do temba, do tinhoso...

Portanto, nada de desanimar; vamos ser tentados e provados nesta terra, e o perigo vem tanto de nós mesmos, por causa de nossa mente imperfeita, quanto do nosso próximo, imperfeito tanto quanto nós mesmos. 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Fim de ano, uff...

Gravura com o símbolo da banda australiana AC/DC, obtido agora do site
http://downloadtudomaster.blogspot.com/2011/02/download-discografia-acdc.html

Com músicas do meu grupo de rock preferido (o artista é Ozzy), o AC/DC, escrevo aqui minhas considerações de fim de ano. Gosto de fazer tudo com 'fundo musical'... que fenômeno misterioso esta 'coisa musical'. Até um bebezinho ginga quando se brinca com música, é incrível. Terapias existem baseadas em melodias e ritmos. Pode-se variar muito quanto ao genero/tipo de música, mas é raro encontrar alguém que não goste de música. O fato do Pai Celestial apreciar boa música no louvor e adoração é sinal da celestialidade da coisa (outro dia vi uma discussão quase filosófica sobre  a palavra 'coisa'; aprecio estas questões linguisticas, são muito esclarecedoras, principalmente em Psicologia).

Este grupo pop me chamou a atenção pelo nome - aqui quer dizer antes e depois de Cristo, mas lá no exterior desconheço a significação ('AC', na lingua inglesa, segundo o Webster, quer dizer ante Christum, do latim medieval, mas 'DC' em inglês não significa 'depois de Cristo') -  eu sou uma pessoa antes de Cristo, e outra, depois dEle... Um dia falo sobre minha conversão...

Este ano foi, apesar da crise, 'normal', em que pese o suspense criado em torno da criação de um campus da UNESP (a terceira das grandes Universidades estaduais, onde - cada uma das 3 - todos os jovens sonham estudar) encampando nossa UNIFAE. Seria ótimo, em todos os sentidos, para a cidade, para os alunos, para os professores, principalmente. Isto porque teríamos um verdadeiro ambiente de ensino-aprendizagem, além de um sistema integrado de pesquisa e extensão. Um extraordinário avanço para a cidade e a região, sem dúvida, e iria beneficiar o outro Centro Universitário daqui, em situação delicada (como o nosso UNIFAE) por causa da inadimplência dos alunos. Mas está mais para novela do que progresso.

Estudei bastante a Palavra este ano, encerrando o último curso de Pós-Graduação do Centro Presbiteriano Andrew Jumper, do Mackenzie - fiz dois, Estudos Bíblicos e Estudos Teológicos. são muito bons, e dão muita firmeza ao crente. Mas o que mais apreciei foi reler As Institutas, de Calvino. Que notável teólogo, incomparável. Li diversos outros livros, acadêmicos, de literatura e espirituais, e alguns mais de uma vez - é o meu método de 'saborear' as boas obras. Confesso que adquiri o costume visto que - não sei se é alguma pessoal afecção ou distúrbio ou ainda idiossincrasia - tenho enorme dificuldade em memorizar as idéias, o que parece piorar com os anos. Temi que fosse um tipo de aprosexia (que tem definições desencontradas nos dicionários), mas não parece ser o caso, comigo... Em todo caso, ainda não chega ao ponto de tornar-me mofino, mas começa a passar perto. Em todo caso, o Senhor é Soberano!

Profissional e pessoalmente, tudo conforme a vontade de Deus; sou muito feliz e agradecido. A nota distoante que distingo em meu entorno é a situação política do meu país, conturbada, empobrecida com a corrupção endêmica espraiada pelos diversos atores, encrustados nos 3 Poderes, o que nos desanima. O governo (esta entidade tanto virtual quanto onipresente) atrapalha muito, apesar de ser uma espécie de mal necessário. Dizem que a saída para o Brasil é o aeroporto. Começo a pensar que sim, apesar do progresso econômico e, timidamente, educacional do povo... Acho que ainda verei muitas coisas interessantes neste país.

domingo, 25 de setembro de 2011

115a. postagem... reflexões sobre uma porção da espiritualidade

Gravura obtida hoje de
http://www.viadelsole.it/cycling/cycling-Sicilywhole.htm
(é um site para pessoas que querem percorrer a Sicília,
na Itália, de bicicleta... interessante!)

          Hoje vou contar algo caro para mim. Como aqueles que me acompanham devem saber, fui batizado desde nenê na Igreja Católica Romana (fui crismado quando adolescente, e realizei meu primeiro casamento nela também). Estive no catecismo, tinha Bíblia, minha mãe realizava reuniões com a filharada para discutir pontos da doutrina. Devo muito aos meus pais, católicos caridosos, comprometidos, fiéis na Oração - sempre admirei ver os dois recitarem o Terço ou o Rosário e via que realmente Jesus preside onde dois ou mais estão reunidos em Seu Nome.

          Como sempre gostei de Psicologia da Religião, estudei muito o Zen-Budismo, em especial o da seita Sotô. Fiz meus votos no Templo Bussingi, do bairro da Liberdade, em São Paulo (cheguei a conhecer a casa antiga, antes da demolição e da construção do belíssimo tempo de madeira, que existe hoje no local; fiz muito 'retiro' lá - fins de semana de estudos e meditação intensivos). Estes votos leigos são para auxiliar ao budista a observar determinadas práticas que, visto em sua essência, nada se opõem à vida santa requerida dos cristãos. Aprendi a acalmar a mente realizando muito zazen - ficar horas com os olhos semicerrados, olhando para uma parede, sentado numa almofada (de nome 'zafu' - tenho ainda hoje uma que ganhei de presente da amiga Helena Hiromi Hayashia - saudades dela, mora em Rio Claro com os irmãos e sua mãe, uma adorável japoneza que aprecia a milenar luta nipônica de Sumô, como eu) circular típica desta tradição.

          Quando fui ao estado de Mato Grosso do Sul (trabalhar como Consultor numa cidadezinha chamada Sidrolândia) converti-me e batizei toda a família na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, conhecida como os Mórmons. Obtive o Sacerdócio Aarônico e posteriormente o Sacerdócio de Melquisedeque; fui ordenado Sumo Sacerdote e cheguei a ser segundo conselheiro na Estaca de Rio Claro (SP) que, à época, abrangia uma região eclesiástica enorme, o que obrigava aos oficiais da Igreja percorrerem vasta kilometragem para visitar as capelas sob sua jurisdição. Foi uma época de enorme aprendizado, sob a orientação do meu querido Presidente Odival Luciano Barbosa, um vero homem de Deus, humilde, dedicado, honrado em todos os sentidos. Conheci ali muitos homens e mulheres que praticam realmente a caridade e humildade do Cristo.

          Por força de inúmeras reviravoltas da vida, cheguei ao conhecimento da Fé Reformada, postulado por Calvino, e fiz a Profissão de Fé, sendo batizado na Igreja Presbiteriana da Vila Brasil. Hoje congrego na pequena Igreja Presbiteriana do Jardim, em Santo Antonio do Jardim, uma cidadezinha rural, distante uns 20 km  aqui de São João da Boa Vista.Vejo que o Plano de Deus para mim culminou na chegada deste conhecimento e espiritualidade que hoje detenho, somente quando pude efetivamente compreender estas verdades do Evangelho.

          Trabalho em asilos mantidos por obreiro(a)s ordenados e leigos, ligados à tradição católica. Relaciono-me maravilhosa, 'celestialmente' com eles, pois vejo que os move a pura caridade de Cristo. Conheci e conheço monges budistas, padres santos (não direi nada dos réprobos), pastores mórmons santos (e desviados também), e conheço pastores crentes santos e também ímpios. Conheço batistas, espíritas, assembleianos e congregacionistas maravilhosos, honestos, praticantes fiéis e que honram a Deus. Felizmente aprendi a separar doutrina das pessoas, igreja de seus dirigentes, que são imperfeitos como eu também (muito) o sou. Sempre que decidi reorientar meus caminhos espirituais, isto deveu-se a conjecturas, reflexões, oração e convicções que fui percorrendo ao longo de minha estada nesta esfera (que sei que não passa de um átimo, um estalar de dedos). 

          A grande formação espiritual que obtive foi efetivamente na família de meus pais, que educaram cinco filhos no amor e no seus exemplos de fidelidade ao Cristo ressurreto, como pedagogia prioritaria. O resto que detenho foi-me acrescentado nesta base, nesta rocha, como ordena a Palavra, no que foram fiéis meus pais, desde o início. 

          Tenho tristeza pelo estado decaído da humanidade que nos compele (todos os crentes) a perfazer caminhos doutrinarios dentro do Cristianismo vistos como antagônicos. Sei que a Palavra é uma, mas os homens vão sempre interpretá-la segundo suas propensões históricas, políticas, sociais, antropológicas, ... (quaisquer que sejam os motivos, as rubricas que se arroguem os homens ou sua liderança). Estudando a doutrina romanista, a luterana e a reformada (só para circunscrever neste momento minhas meditações), vejo que compõem sistemas articulados ao longo dos séculos, em grande parte realmente elegantes, pela mão de doutos (alguns nem tanto...) teólogos que encerram argumentações extensas, que exigem laborioso escrutínio.

          Ao fim e ao cabo vejo que, para efetivamente se auferir a Luz, o desejo de Deus a nosso respeito, necessita-se averiguar onde a Lógica (assistida pelo Santo Espírito), de um lado, e a fundamentação bíblica per se, de outro,  sustentam as intelecções que se postulam (entre as variegadas correntes) para afirmar para nós, incultos, x ou y ser a Palavra de Deus. De mim, agradeço aos Céus, depois de tudo o que já vi e vivi em família original e na família da Fé, ter-me chegado obras como as Institutas da Religião Cristã, de João Calvino, e a Teologia Sistemática, de Louis Berkhof, que pacificaram minha mente, no requisitos que aludi no começo deste parágrafo. Ao Deus Eterno seja para todo o sempre toda a Glória e Louvor!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Beatitude...

Gravura obtida nesta data deste site: 
http://gainesvillecw.org/2008/02/04/the-beatitudes-part-ii-matthew-57-12/

          Hoje tive novamente aquela experiência de extrema calma, serenidade da alma, trazida à nossa mente pela recorrente contemplação das inefáveis Graças que recebemos diuturnamente da Providência. Vou ilustrar com os dois principais eventos (sempre acontece muitos...) que me ocorreram hoje.  Havia anteriormente levado uma gravura para um ateliê de quadros, para receber uma moldura. Voltei à loja depois de 2 semanas e ainda não haviam feito nada... Antigamente eu passaria certa descompostura na pessoa que havia combinado comigo a manufatura do serviço, mas optei por outra conduta (confesso que estudar a Palavra via As Institutas, de Calvino, me convenceu efetivamente da lorpice de muitos de meus atos em relação aos maus procedimentos do próximo a meu respeito...). Peguei a tela e fui buscar outro fornecedor de serviço (na verdade, dei a entender educada e calmamente ao atendente - estimo que deva ser o dono do empreendimento - que, de certo modo, o invejava por ele não estar precisando agradar sua clientela, visto que deveriam ser muitos...) entre os seus concorrentes.

          Quando contratei os serviços de outra empresa foi que vi que Deus tinha outros planos para mim (apesar da tentação de aborrecer-me com a falta de profissionalismo da casa anterior)  posto que sempre oro ao Pai Celestial para que dirija meus passos e me conduza em sua Santa Soberania, à qual me submeto (tenho sempre em mente este compromisso) inteira e  humildemente. Este novo profissional propôs realizar outro tipo de serviço, melhor, mais bonito e mais barato... Parece até coisa "sem noção", incompreensível...

          Eu estava já ali bem grato a Deus pois, nas horas anteriores, tinha presenciado o Poder de Deus em nosso (meu) favor. Eu fiquei preocupado e agoniado neste fim de semana, antevendo que deveria realizar um trabalho periódico que tenho (junto de uma pessoa mal-educada, atormentada e grosseira, creio que ótimo exemplo de parvenu, pessoa rempli de soi-même) de realizar em certa instituição  de caridade de  nossa cidade. Eu orei ao Pai Celestial que me orientasse em Sua Sabedoria, que me desse calma e paciência para atuar junto a alguém manifestamente boçal.  Sabe como é ter que trabalhar, por pouco tempo que seja, com alguém que parece lhe temer por um motivo obscuro, de um modo que a faz ficar provocando aqui e ali situações de altercação, de desinteligência, por bobagens? É minha ocasional situação. É algo penoso, mesmo para um profissional de Psicologia, acostumado a lidar com cavalgaduras. Pois não é que, hoje,  esta criatura até me cumprimentou no início da jornada, e despediu-se ao fim do trabalho de modo educado, não criando celeuma como do último evento (e veja, ainda por cima, em frente de clientes)? Eu e minha equipe 'não acreditamos' na súbita mudança de atitude comigo por parte daquela alma apoquentada, supliciada. Eu, no íntimo, sei o que ocorreu.... E sou grato ao Pai Celeste pelo livramento!

          O fato é que, em especial nestas coisas simples e aparentemente banais, que  me vejo revelado como o Pai Celeste  interfere, dirige, conduz as coisas, ensinando-me, mediante estes eventos, de modo amoroso e particular. Vejo o dedo de Deus em tudo. Maravilho-me como Ele tem paciência infinita neste 'mister'... Vejo como a oração é-nos sempre respondida por Deus. Fico a cada dia mais confiante na Fé que abracei. 

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Reunião de Oração e saudade...

Alianças do meu casamento com Ruth

          Hoje estive na reunião de oração que frequento às segundas feiras (16 horas), um dia na casa de cada membro. Foi especial, ouvimos orações belíssimas - hoje fomos à residência da Pitty e do  seu esposo Fernando. Às quintas feiras, eu constituí um outro Grupo de Oração aqui no condomínio, que se reúne às 20 horas, no meu apartamento. Temos tido ótimas vivências, e as pessoas que tem comparecido em ambas as reuniões são muito especiais. Que Graça inestimável poder participar de um Grupo de Oração semanal!

          Orar é, além de um Mandamento, um privilégio. Como esclarece João Calvino nas Institutas (capítulo X nesta edição original de 1541, traduzida pelo Reverendo Odayr Olivetti de obra publicada em 1936 em Paris), oramos, primeiro, a fim de que o nosso coração seja inflamado de um veemente e ardente desejo de buscar, amar e honrar sempre a Deus, o que nos fará habituar-nos a ter nele o nosso refúgio em todas as necessidades... (pag. 93, III vol.) e também a fim de que sejamos habilitados a receber suas bênçãos com verdadeiro reconhecimento e ação de graças, visto que, pela oração, somos advertidos de que elas nos vem de sua mão (nota de rodapé: Salmo 45, v. 2, 6 e 7); ... a fim de que a sua providência seja confirmada e aprovada em nosso coração, na medida da nossa pequena capacidade, sendo que nós vemos que Ele não somente promete jamais abandonar-nos, mas também nos dá acesso para buscá-Lo e lhe fazer súplicas quando há necessidade (idem, ibidem).

          Quanta erudição, quanto esclarecimento! Recomendo a leitura das Institutas a todos os crentes sinceros que desejam conhecer verdadeiramente a vontade do nosso Pai Celestial. Como Calvino escrevia bem, quanta clareza e proficiência. (Minha próxima meta de leitura é  rever com minudência a Teologia Sistemática, de Louis Berkhof - tenho a 3a. ed. revisada, em português, pela Editora Cultura Cristã, 2009 - também traduzido pelo nosso querido Odayr Olivetti. Todo  crente reformado que se preze deve ler, além da Bíblia, estas 2 citadas obras...)

          Neste mundo caótico, mutante ao extremo e confuso aos olhares mais atentos, interceder, orar a Deus, em nome de Cristo, é nosso porto seguro, uma experiência que provê paz e refrigério...

 Lourdes Pereira Barroso

          Uma última palavra. Dia 12 agora completa-se mais um ano do passamento de minha querida sogra, o que nos faz todos tristes, principalmente Ruth. Lamento não ter podido 'curtir' mais esta cara senhora, tão voluntariosa (mas sem o egoísmo/egocentrismo) e ciosa dos seus. Dei muita risada com ela - adorava me deixar 'sem graça' com as coisas que dizia; eu a 'provocava' e ela sempre tinha uma 'tirada' inesperada, ficando impossível não gargalhar com suas observações... Uma figura cativante, que marcava a todos que a conheciam; era também uma espécie de Doutora Honoris Causa em Artes Culinárias... Sua casa em São Paulo vivia cheia de pessoas que a visitavam, dia e noite (dizia-se que a porta da frente 'nunca'  permanecia fechada!) Está nos braços do Senhor - sei que Ele foi o primeiro a abraçá-la, depois que ela abriu os olhos na Eternidade -  pois era uma crente fiel. O que mais me marcou (além dos acepipes inesquecíveis...): adorava cantar hinos sacros com sua bela (e portentosa) voz. Saudades!

domingo, 19 de junho de 2011

Hércules e o carroceiro

foto obtida de    http://cantodecontarcontos.blogspot.com    hoje!

          Do libreto de fábulas... 'Um fazendeiro estava guiando de modo negligente sua carroça ao longo de um caminho barrento quando as rodas ficaram emperradas, imersas na lama, deixando assim os cavalos paralisados. Vendo isso, o homem caiu de joelhos e começou a rezar para Hércules vir e ajuda-lo, sem no entanto fazer o mínimo esforço para livrar o veículo. Hércules respondeu ao carroceiro dizendo que ele deveria colocar seus ombros nas rodas, e lembrou-o que os céus somente ajudam àqueles que tentam ajudar a si mesmos'. O compilador finaliza com a máxima de que podemos orar o quanto for; se não aprendemos a ajudar a nós mesmos, todas as nossas preces serão ignoradas...

          Vejo aqui como uma verdade celestial, que podemos aprender na Bíblia, também é de conhecimento geral, acessível às pessoas comuns, tão verdadeira e eterna ela é. Mas vejo que nossa inteligência paradoxalmente nos incapacita, por vezes, de vermos o que precisamos fazer de mais precioso a nosso favor!

          Uma das lições do tempo em que tive o privilégio de aprender com o Patriarca Odival Luciano Barbosa, um líder eclesiático sério e  vero pastor (grande caráter e servo de Deus amoroso, algo escasso nos dias de hoje), foi a de que, após orarmos ao Pai Celestial, devemos ir e fazer de tudo o que nos compete para que nosso pedido seja realizado. Todos temos a fantasia de que basta orar (e orar, orar...) para recebermos as bênçãos. Felizmente fui orientado no sentido de que 'Deus ajuda a quem cedo madruga'... Sim temos que ter Fé, mas isto não significa cruzar os braços e ficar olhando para cima.

          Disse que nossa inteligência age por vezes de modo paradoxal visto que, não poucas vezes, quanto mais se julga a si mesmo sábio, não se apercebe o indivíduo de que o conhecimento do mundo é enganador, e não tem este conhecimento mundano o mesmo status do conhecimento que é apreciado por Deus. Para desenvolvermos uma intelecção mínima neste sentido, temos que aliar a prática do que aprendemos das sagradas letras com uma reflexão honesta consigo mesmo, o que nos faculta a 'ouvirmos' os céus nos instruir, e isso mediante também a colaboração dos demais irmãos (que são usados muitas vezes por Deus para nos ensinar o que é necessário). Que triste vemos pessoas que se arrogam sabedoria, conhecimento, autoridade etc. sobre o que Deus dispõe e que demonstram em sua diuturna práxis comportamentos desarmônicos, contraditórios, incongruentes!

          Todo ensino da Bíblia visa, no plano eterno, à salvação do homem e, no plano mundano (entre outros), ao aperfeiçoamento de nossa vida (e isso implica, além da vida  quase-solipsista de cada qual, nossa vida - por vezes trabalhosa -  social). Qual a vantagem de saber-se 'biblicista' se não se esmera em aplicar a si mesmo aquelas verdades (e no aperfeiçoamento da complicada vivência interpessoal)? E, pior, usar aquelas verdades celestiais  para fundar, fundear, fundamentar de modo interesseiro suas disposições e caprichos?

          Outro dia li numa revista denominada Cristianismo Hoje  uma reportagem comentando o fato de que muitos cristãos estão abandonando as igrejas onde congregavam e reunindo-se, aqui e acolá, com pessoas conhecidas ou não em suas residências, para orar, entoar hinos e cânticos e compartilhar as riquezas da Bíblia. Muitas pessoas estão feridas por problemas de relacionamento e, apesar de não apostatarem da Fé, evitam associar-se novamente a quaisquer tipo de agremiação religiosa. Creio que uma das  principais explicações  para o recorrente fenômeno é a qualidade da formação dos responsáveis pelos trabalhos eclesiásticos, que não aplicam o que a Bíblia dispõe àqueles que se comprometem a ser pastores. Saem dos Seminários com certa erudição sobre o Antigo e o Novo Testamento, mas paupérrimos, imaturos na vivência que se requer para apascentar o rebanho... E o pior, a prática pastoral de muitos anos por vezes não aperfeiçoa a pessoa em sua importante obra, em seu ministério. Nem falo daqueles mercadores da Fé que transformaram a idéia de religiosidade, grosso modo, em empresa de 'prestação de serviços'...

          Como a espiritualidade hoje está banalizada; virou também uma commodity (não, não é este termo um estrangeirismo oportunista, acabo de vê-lo no Houaiss!!), ao que parece... É como um produto, destes de consumo em massa, produzido em larga escala, como podemos ver em profusão pela mídia. Cada vez mais o crente tem dificuldade de discernir, como se diz, o joio do trigo. Mas sabe-se que a vida espiritual é primacialmente algo constituído como um relacionamento pessoal Criador-criatura, e temos, neste âmbito, que nos esforçar em nosso estudo da verdade revelada, para não dependermos tanto dos outros ou mesmo de nossa imperfeita inteligência. Eu, como sou muito limitado, procuro os comentaristas íntegros e lúcidos para investigar. Por isso que aprecio imensamente Calvino, Lutero, pois remetem sempre à Bíblia, e só a ela.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Pós-páscoa...

Página de rosto da 1a. edição em Latim, 1536

Iniciei outro dia a releitura da famosa obra INSTITUTAS (A Instituição da Religião Cristã), de João Calvino (1509-1564). Esta figura acima digitalizei da versão de 2006 - edição especial com notas para estudo e pesquisa, de 4 volumes - da Editora Cultura Cristã (SP), tradução do original francês de 1541, realizada pelo Pr. Odayr Olivetti, que por sinal mora 'aqui do lado', em vizinho município de Águas da Prata (conheço-o pessoalmente; é uma simpatia este senhor, bem como sua esposa). Existe uma outra tradução, pela esta mesma editora ('Edição Clássica', baseada na edição de 1559), realizada pelo Prof. Waldyr Carvalho Luz. Existe outra tradução também em nosso meio, realizada pela UNESP, com 904 páginas, de 2009. É a melhor leitura, depois da Bíblia.

Nesta páscoa fomos a Campinas, passando por Rio Claro, e aproveitei para 'fuçar' livros na Livraria Saraiva - achei outra obra clássica de Calvino, "A verdadeira vida cristã" (4a. ed., São Paulo: Fonte Editorial, 2008, 86 páginas) - não temos a data original.

Encomendei também, por indicação do Professor Paul Freston na revista Ultimato de março-abril 2011 (p. 50-51) a obra do renomado filósofo espanhol Julián Marías de nome 'A Perspectiva Cristã' (SP: Martins Fontes, 2000), edição espanhola de 1999. O professor tece ótimos comentários sobre a obra em tela, e creio que será importante aquisição para minha biblioteca...

O chato é que não consegui conhecer minha neta, Nicolle - seus pais foram a Petrópolis. Esperava poder ir a Sorocaba no sábado... Mas Mariana escolhe ir no Estado do Rio sempre que pode, em vez de ver seu velho pai aqui, que fica BEM mais perto... paciência!  Colhemos (e colheremos) o que plantamos...


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Chuva, enfim!

Chove aqui, há dois dias. Quanta bênção envolve 'singelo' fenômeno metereológico. Escandalizo-me quanto ouço alguém imprecar contra ela, e vou logo dando um 'sermão', lembrando do tempo que trabalhei em fazendas do Mato Grosso do Sul (1985-1986), onde ansiávamos por gotas de chuva... Bons tempos aqueles!

Estou lendo um livro sobre Calvino, homem admirável, em todos os sentidos. Comprei direto da editora LPC (Campinas, SP). O nome da obra é CALVINO: Vida, influência e Teologia, do Pastor Wilson Castro Ferreira, edição de 1985, reimpressão de 1990. Em que pese deficiências clamorosas de revisão que viceja pela obra, conseguimos apreender a extensão da influência do notável teólogo. Com outra obras que temos hoje de e sobre Calvino, podemos auferir como Deus determinou que seu Plano fosse esmiuçado para nós viventes, que tendemos a confundir as coisas mais simples...

Para quem não conhece, recomendo o site http://monergismo.com que possui excelentes papers e outros recursos sobre a fé reformada, a visão de mundo que está se expandindo enormemente, principalmente entre aqueles que estão cansados de falatórios improdutivos...