A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Pandemia, amigos e outras observações esparsas.


1. Esta pandemia do Sars-Cov-2 vai dar muito o que falar, por um bom tempo. Por agora, o maior problema é que estão todos fartos de tanto ficar em casa! Vemos notícias de pessoas fazendo festas - muitos, agendando-as pelas redes sociais e, sem termos ainda uma vacina, a melhor estratégia para não ensejarmos o colapso da rede de atendimento em saúde é evitar aglomeração e contacto entre as pessoas, pois não se sabe quem pode estar contaminado. Mas parece que a velha síndrome do Super-Homem viceja em todo lugar: principalmente os jovens parecem pensar que, mesmo que venham a ser contaminados, vão se safar sem (ou poucos) problemas... Acho que é mais para clima de 'roleta russa', pois a Covid-19 é doença bem imprevisível. 

Como estávamos todos despreparados para este desafio... Principalmente as autoridades não se entendem e vemos cidades, estados e o país enfrentando as enormes dificuldades com estratégias por vezes opostas! E como ocorre sempre nas crises, quem tem menos condição econômica e educacional sofre mais. Muito triste a enormidade de falecimentos que poderiam ter sido evitados, mas a população não parece estar muito impressionada com o fato. "Doença ruim só dá no vizinho". E 'olhe lá'...

2. Aristóteles certa vez observou que "nada envelhece mais depressa que (a lembrança d)um benefício". A formulação do filósofo se aplica a todos nós, alertando-nos que tanto podemos incorrer em tão grave falta, como podemos ser o destinatário do desapreço de outrem. Sinto que a percepção da ingratidão de alguém fica mais dorida quanto mais envelhecemos, talvez pela consciência das faltas que perpetramos... Observo que, talvez por causa deste coronavírus, tem ocorrido mais situações de ingratidão. 'Magoa, né?' é o que pensamos... Mas somos assim, egoístas, egocêntricos, e por vezes somos mais ingratos quanto mais aparentados somos da pessoa. E nossas inabilidades de comunicação só periclitam as relações já complexas... Crédo!, a arte de viver  fica a cada vez empreitada mais inalcançável!

3. Benjamin Franklin fez uma curiosa observação: "o homem benevolente deveria cultivar em si mesmo algumas imperfeições, para manter seus amigos satisfeitos". Não sei o contexto mais amplo de tal formulação mas, imagino que um tipo como esse de amigo que mirasse nossas imperfeições não seria verdadeiramente nosso 'amigo', pois acho que amigo de verdade vê sempre/procura ver o melhor de nós. Creio que o aforisma acima seria mais adequado se fosse  enunciado com os termos 'chegado', 'colega', ou 'conhecido' em vez de 'amigo'. Amigo de verdade que chegamos a possuir (pode ocorrer de não termos nenhum, ou seja, só termos 'colegas' ou 'conhecidos')  contamos nos dedos de uma mão, por vezes durante toda uma existência, como é o meu caso - e creio que somente a mim deve ser creditada esta restrita condição, por causa de minha inabilidade ou tipo de personalidade, vá saber! 

Este ditado ensina algo da Psicologia popular, do senso comum, no sentido de nos alertar para que é de bom tom não desejarmos parecer melhor do que somos, aos olhos dos 'amigos', ou conhecidos, enfim. Em especial se nossos colegas são inseguros, com baixa estima etc (quanto mais carências pessoais possuímos, mais tememos ou invejamos aquele que parece ser melhor que nós). A pessoa verdadeira tem que se apresentar verídica, autêntica, mas evitando o excesso da presunção, do 'exibicionismo'. E, ao fim e ao cabo, poucos aceitam alguém que conosco se sobressai com suas qualidades, como que nos lembrando de nossas deficiências... 

4. Reativei um celular de reserva que eu tinha aqui e transformei-o em terminal musical. Com o Amazon Music instalado, tenho acesso a milhões de música numa única conta. Ahh... as facilidades destes tempos digitais! Fico plugado toda hora em jazz - atualmente estou a descobrir o virtuoso Charlie "Bird' Parker (q.v.). Que coisa, faleceu com 34 anos, consumido pelo álcool e drogas...

5. Um certo sentimento de melancolia teima em se instalar em meu coração, agora que estou aposentado das principais funções laborais que tive em minha vida, a docência universitária. Mas como já explanei alhures, não tinha mais saúde nem motivação para continuar... Esquisito que esta sensação nos arrebata sem aviso, de mansinho! Creio que esta pandemia sem fim (anunciam que vacina mesmo somente o ano que vem, e não é certeza...) ajuda a deixar o tom aborrecido-sem-saída de tudo. A leitura constante da Palavra ajuda a colocar o trem de volta nos trilhos, e relembrar os  'n'  motivos para ser grato nesta vida, em especial a companheira maravilhosa que os Céus me concederam, finalmente... E, completando a estratégia sanadora da taciturnidade, averiguo a lista de coisas que tenho que realizar: tarefas 'empurradas com a barriga', visto que não tenho (tanto) prazo ou cobrança, e tento cumpri-las.  Talvez resida aí um motivo do desencanto - eu, que gosto de metas e objetivos, atualmente estou 'reduzido' a ler e escrever, estudando bastante (principalmente a Arte Real) e esquadrinhando diariamente os jornais,  que quase só trazem notícia ruim...

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Subjetividade e solipsismo


gravura obtida agora de
http://ricardoaoki.blogspot.com.br/2011/09/dilemas-eticos-do-cientista-na.html

Vi há pouco um rápido depoimento de alguém, jovem, com dificuldades de lidar com suas prementes dificuldades. Evoco meus tempos de adolescente, onde me encontrava em situação similar. Considero que meu amplo 'entorno' à época - principalmente o contexto familiar - facultou assumir certas opções possíveis que permitiram suplantar os obstáculos que vislumbrava (muitos deles, vi depois, quimeras que eu pensava ser real...). Meu pensamento flainava por demais, insuflado pelas muitas leituras que 'perpetrava'. Era um turbilhão quase sem rumo. 

Que falta faz ter um caminho, um conselho, uma diretriz quando o raciocínio está turbado, comprometido. Quando se comenta da necessidade do jovem ter orientação, nunca se exagera - o pensamento desconexo, sem base, produz estragos por vezes irreparáveis, e um mero arrepender-se, no mais das vezes, não torna os acontecimentos...

Somos muito sós, e muitos não se acostumam consigo mesmos, parece que precisam de um alguém para pontuar, referenciar ou até modelar-se ('referenciar-se')... O fato é que precisamos nos encontrar, enfrentar nosso solipsismo e doma-lo, ordena-lo, sujeita-lo. Muito pensar desorganiza, desorienta, infelizmente. 

Tive sorte em não me desencaminhar? Meu raciocínio em seu processo de domação resultou em produtivo instrumento? Os céus me protegeram? Não tenho resposta certa para tais tipos de perguntas; provavelmente nunca saberei ao certo, mas lembro-me, em meus 'combates', que a palavra 'método' me auxiliou muito. Se uma opção é 'boa', então resolve um problema - é o meu critério. Se meu modo de pensar ou enfrentar a dificuldade não estava solucionando, não hesitava em abandona-lo... E eu também pensava que meus antepassados já tinham por certo descoberto muitas maneiras boas de enfrentar problemas iguais aos meus, portanto não deveria ficar perdendo tempo sozinho, e ir 'beber' na fonte - li muito os clássicos e os bons autores (os ruins ou que discutiam temas e assuntos corrompidos não me atraiam), e considero que minha mente foi bem instruída sobre como bem considerar o mundo e seus desafios.

Nascemos sós e morreremos sós, mesmo com pessoas por perto; assim, nós é que temos que ser nossos melhores amigos. Como costumo repetir aos meus alunos o ensino de Benjamin Frankin: só temos 2 certezas no mundo - a morte e os impostos. Tudo pode ser 'bom' ou 'mau', dependendo do viés com que se olha. Portanto, não precisamos catastrofizar nosso pensamento a cada obstáculo, a cada dificuldade. Se temos inteligência, é para nos pavimentar o caminho. Mãos à obra...