A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ainda em Belo Horizonte...

Tia Cordélia e Elaine
(fotógrafo Lucas)

Uff! Vejam só um almoço típico na casa da tia, elaborado com maestria pela Elaine (aliás, obrigado pelo empréstimo do computador para estas postagens): arroz, feijão, 2 tipos de suco (além da água de coco), carne assada com batata, salada com 7 tipos de verduras e legumes, suflê de queijo, e sobremesa (arroz-doce) indescritível... É difícil manter o peso aqui! Já estamos nos preparando para dar uma extensa caminhada até o centro da cidade de modo a manter as calorias sob controle, isto depois do cafezinho das 16 horas...

A semana toda tem chovido, e bem. Eu gosto demais de chuva, e sente-se até certo frio por aqui. Logo cedo saio para comprar o jornal Folha de São Paulo, que é encontrado com facilidade. Gosto de me manter 'antenado', e sempre retiro dali algum material para preparar aulas para meus alunos. Quando forneço um texto de jornal parece que os alunos se motivam mais a ler a matéria, e podemos debater os assuntos de modo mais aprofundado. Tenho a impressão que a moçada não aprecia muito ler, não... então a gente lê em sala mesmo, que fazer. O resto do tempo vejo a TV - sempre se acha algo 'palatável' na tv a cabo, principalmente nos canais de documentários e ponho a leitura em dia. 

Ainda antes de pegar o avião para vir para cá descobri um livro recente sobre religiosidade e já estou quase terminando. Chama-se 'A razão de Deus: ciência e fé, criacionismo e evolução, determinismo e liberdade', de José Carlos de Assis (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012). O título me pareceu ambicioso, e o autor não reconheci entre os habituais da área. Vi depois que é (aparentemente, pois a plataforma Lattes/CNPq informa somente mestrado e doutorado em Engenharia, sem declarar formação acadêmica) um economista político, mas que talvez tivesse algo a dizer. De qualquer forma, pareceu sério, ainda que a proposta fosse inusitada: defender a existência de Deus, ao falar sobre Estado, valor, Criação, e paranormalidade, além dos temas 'normais' de homem, da religião, do bem e mal, e da ética (ele coloca o termo 'estado' com  maiúsculo, como também 'criação' e 'deus'; os demais tópicos com letra inicial minúscula...). Como esperado, o capítulo sobre Estado é muito bom, mas outros deixam a desejar, pela superficialidade. Mas não é um pastiche oportunista, ao que parece. Encontrei poucos erros de revisão, que fazem algumas frases perderem o sentido, mas o que me chamou a atenção é a citação (p. 93), inusitada para um acadêmico (há 7 anos ele é professor numa Universidade Federal), de uma passagem da Wikipedia para ilustrar um fato da Reforma Protestante, ocorrido em 15 de maio de 1525. Todos sabemos que esta fonte não é das mais acreditadas para sustentar discussões, mas como o autor trabalhou muitos anos na área de jornais como repórter e editor, não parece preocupado em discutir, mas apresentar suas idéias. Ah, e numa passagem (p. 211) ele diz que 'homossexualidade e uso de contraceptivo não são uma questão ética, mas moral'. Não posso afirmar que o autor não saiba que 'ética' e 'moral' são, grosso modo, no âmbito da Ética, sinônimos. Mas recomendo a leitura - sigo a máxima "leia de tudo, retenha o que é bom". Para mim fica principalmente a lição de ter sempre muita humildade na hora em que eu for escrever meus futuros livros, com prudência e cuidado redobrado. 

Estas duas semanas de férias que sobram vou me ocupar em preparar todas as aulas do semestre. Muitas disciplinas são reedições do mesmo conteúdo previsto em ementas oficiais fixas, mas sempre tento atualizar os temas com textos e materiais recentes. 'De quebra', procuro com esta estratégia incentivar os alunos a lerem jornais (e revistas, especialmente as científicas ou de divulgação científica), especialmente alguns colunistas ligados à nossa profissão, como o psicanalista Contardo Calligaris, que escreve às quintas no caderno 'Ilustrada' da Folha de S. Paulo

Amanhã retornamos a Campinas, devendo chegar ao cair da tarde. E já vamos pensar em quando voltar a Belô...  

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Belo Horizonte...

Foto obtida agora via Google Images, de
http://www.brazil-travels.com/Belo_Horizonte_vacations_hotel_packages_tours.html

Estamos, Ruth e eu, em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, na morada da querida Tia Cordélia, mana mais velha do meu pai. Ela nunca se casou, morando solita neste grande apartamento, de 4 quartos. Neste belo prédio (um apartamento por andar) também residem o outro tio (Cláudio) com a esposa Aurinha, e também, noutro apartamento, as suas filhas, as primas Maria Luiza e Bernadete. Chegamos anteontem via aérea, vindos de Viracopos, Campinas, aeroporto de muito movimento, cheio de gente! O curioso é que, comprada com antecedência a passagem pela empresa Gol, voamos num 'sucatão' (Boing 737) pintado com nome e as cores da célebre VARIG - pensei que tinha sido extinta esta marca. Para variar, o voo saiu com certo atrazo, inexplicável, mas 'normal' nesta brazólia. Nem um 'refri' nos serviram, 'pobreza'... Pousamos em Confins, aeroposto distante 40 km daqui da capital; por mais que se tente é difícil voo para pouso no aeroporto de Pampulha, um bairro aqui na cidade mesmo. Fico a pensar como precisamos melhorar nossa infraestrutura aeroportuária até a futura Copa do Mundo e também as Olimpíadas. Mas acho que vamos certamente passar vergonha e ser mais uma vez motivo de piada no resto do mundo, que fazer...

Quando criança a gente costumava vir aqui para 'Belô' - o bairro aqui da rua Ramalhete, um cruzamento da afamada Rua do Ouro, era 'periferia' e cheio de espaços vazios. Antes de todos se mudarem para este prédio aqui no mesmo quarteirão, moravam numa casa assobradada enorme. Gostosas memórias, inclusive por causa dos quitutes da Vó Zizi (Adalgisa). Tinha até um riacho pertinho da casa. Hoje a grande avenida Afonso Pena foi prolongada até mais acima, e os muitos prédios tampam a bela visão da cidade lá embaixo, que costumávamos apreciar. E agora aqui, na Serra, como chamam esta região da metrópole, é um lugar muito chic, de pessoas abastadas e bonitas. 'Cada' mansão construiram por aqui... Tem muitos jovens fazendo corrida e caminhada pelas ruas, exercitando nas diversas academias, e refrescando-se nos muitos barzinhos e cafés. Fico observando e meditando sobre as caras, bocas e gestos - eu tinha que virar psicólogo mesmo. (As pessoas dizem que psicólogo 'só fica analisando'; bobagem, só quando algo nos chama a atenção, pelo inusitado ou pelo disruptivo! Nem mesmo quando nos pedem para analisar a gente 'analisa' - somos muito profissionais... Alguns deslumbrados podem fazer isso, mas talvez só em início de carreira,  ou bobamente, quando estudante, mas logo se apercebe que isto é insensatez)

O trânsito é horrível, como toda cidade deste porte, problematizado pelas onipresentes (e perigosas) motocicletas. Andar à pé é interessante, pois permite que a gente veja melhor as pessoas e as construções. Os mineiros são algo diferentes na fala e nas atitudes, e todos reconhecem que sou paulista, apesar de minhas raízes mineiras... Em geral são mais cordiais. Fomos num shopping center que fica aqui perto, a Savassi, que tem já algumas décadas, segundo consta, mas que foi ampliado e reformado, pois parece novo em folha. Muitas lojas, uma bela livraria (mas muito bagunçada a disposição dos diversos assuntos) com muitos funcionários, muitos seguranças e variedade de ofertas, além dos inevitáveis cinemas. Pelo menos tinha bons banheiros, apesar de poucos para aquela enormidade de usuários.

Na verdade, a gente não veio aqui para ficar passeando, pois como é difícil a gente encontrar os Dutras daqui, temos que aproveitar para colocar a conversa em dia... O mais legal é curtir a tia, simpaticíssima e lúcida nos seus 95 anos. Ah, e comer as especialidade mineiras da secretária Elaine, solítica e sempre amiga.

 Tia Cordélia e Bilú

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ecos de BH

Fui a Belorizonte semana passada (Bilú, óbvio, foi comigo!); peguei avião em Viracopos (TRIP), descendo em Pampulha; voltei via aeroporto de Confins (TAM) - estas viagens valem cada centavo, pois já fui lá de carro e é um sacrifício atroz. Mas ambas as viagens foram ótimas, menos de uma hora, quando de dá conta estamos aterrizando!

Fomos visitar meu tio (86 anos, com sua esposa de 90) e minha tia  Cordélia (93 anos, veja na galeria de fotos), irmãos de meu pai, que tem 83 anos.  Engordamos um tanto - comida mineira 'cozinhada' pela secretária de minha tia (Elaine, de Barbacena!) é um atentado à boa forma. Se pudesse morava por lá - eles moram na Serra de BH, ao fim da avenida Afonso Pena, que permite uma visão privilegiada da cidade, lá em baixo. Deslumbrante. Quando criança íamos muito lá, e tenho ótimas recordações de minha avó Zizi, sempre sorrindo das traquinagens dos netos.

Nossa família vive bastante - minha avó viveu 97 anos, e acho que meus tios vão suplantá-la. Comparo a saúde de meus tios e pais (minha mãe tem 82 e é muito forte, faz Pilates e é totalmente autônoma) como a dos idosos dos Asilos onde superviono atividades de alunos, dentro de um dos programas comunitários promovidos pelo UNIFAE, o Centro Universitário Municipal onde trabalho aqui em São João. Em ambas instituições, mantidas por Ongs cristãs de caráter voluntário, os asilados, não obstante o carinho e zêlo com que são cuidados, exibem muitos impedimentos, e em grande parte por pessoas com idade de sessenta e pouco anos! Na verdade, o que temos de qualidade de vida na idade provecta é oriundo, em boa medida, do estilo de vida que esposamos (estilos de alimentação e visão de mundo, p. ex.) o que, interfaceando as condições orgãnicas derivadas da genética, redundam em sua somatória na boa o deletéria condição de existência detida pela pessoa.

Vejo que muitos idosos estão tendo um tipo de 'existir' que, muitos deles, já vinham cultivando por toda sua vida, o que, na velhice, tem maximizados os seus efeitos, para o bem ou para o mal. Exemplo: vejo idosos que,m ainda que tenham saúde geral boa, evitam a todo custo envolvimento com os demais, preferindo uma vida 'embotada', ensimesmada, voltada para suas cogitações solipsistas... Outros, mesmo que com má condição física ou mental, esforçam-se para interagir, 'fazer parte', compromissar-se... Pode ser que nossos 'filtros' profissionais façam exigências descabidas a estas criaturas, mas é comprovado que vida ativa, interessada, compartilhada, é uma espécie de 'antídoto' para muitos dos malefícios da idade avançada... E o Brasil será, dentro de alguns anos, um dos países com maior contingente de pessoas com mais de 60 anos, em comparação com a totalidade da população. 

Minha profissão e o da Ruth (ela estará formada em Fisioterapia dentro de 3 anos,  tendo feito Administração de Empresas anteriormente e trabalhando nesta área toda sua vida, em grandes empresas de São Paulo) estão bem cotadas entre aquelas que serão bastante solicitadas para dar cabo de tal demanda.  Aguardo com interesse tais cenários (eu, espero, farei orgulhosamente parte deste contingente da 'Melhor Idade'...), e grande parte de minhas preocupações intelectuais atuais são dirigidos à Gerontopsicologia, área que se abastece, entre outras fontes, com a enorme evolução que se observa na Geriatria.