A V I S O


I am a Freemason and a member of both the regular, recognized ARLS Presidente Roosevelt 75 (São João da Boa Vista, SP) and the GLESP Grande Loja do Estado de São Paulo, Brazil. However, unless otherwise attributed, the opinions expressed in this blog are my own, or of others expressing theirs by posting comments. I do not in any way represent the official positions of my lodge or Grand Lodge, any associated organization of which I may or may not be a member, or the fraternity of Freemasonry as a whole.

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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Deus vê o coração!

Foto obtida agora (via Google Images), de
http://www.godtalkstoyou.com/

Hoje aprendi algumas passagens biblicas que gostaria de compartilhar. Neste mundo pós-moderno, de tantas (algumas 'velhas'...) novidades, continua o dilema do homem de como se relacionaro com o Pai Celestial.  Uma chave preciosa para mim vejo em 1 Samuel 16: 7 (Almeida Corrigida e Revisada Fiel):

... o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura,  (...) ; porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração.

Esta palavra é assaz impactante, pois nos leva a um patamar de consideração totalmente diverso do que estamos acostumados em nosso dia-a-dia. Em nossa pequenez, tendemos, à vol  d'oiseau, a pensar nosso relacionamento com Deus à semelhança do que temos com qualquer outra criatura, e somente adicionando no nosso cogitar alguns outros contornos mais ou menos mágicos, celestializados, segundo nosso limitado entendimento. Mas o fato é que temos que treinar nosso parco entendimento para compreender o que Deus espera de nós neste particular. Como podemos entende-Lo se não O buscamos eficazmente? Nossa idéia dele já é obtusa no nascedouro, como podemos escuta-Lo? 

O preguiçoso tende em sua busca averiguar uma espécie de ersatz do Deus sugerido, mas tão distante aos seus olhos. Mas Ele se nos aparenta distante por causa de nossa miopia espiritual... Nossa relação com Ele não fica mais clara quando sabemos que Ele nos considera primeiro em nossa índole, nosso caráter, em nossa intenção, em nossa intimidade, em nossos afetos, ânimo e emoções? Eu entendo que temos primeiro que nos considerar, nos estudar, averiguar porque precisamos deste 'deus' que buscamos, para daí começarmos a entender como Ele se nos deixa conhecer... 

A boa notícia é que Ele ordenou a confecção de um meio e método para sabermos Quem Ele é: Sua Palavra eterna, materializada mediante o trabalho de amanuenses escolhidos desde sempre, a Bíblia. Mas aqui também temos que meditar o modo de nos achegarmos a ela, posto que, por força de nossas imperfeições, alterações e defeitos foram nela colocados, além dos diversos estilos literários com que foi escrita. Mas vale a pena... Poucas coisas aqui na Terra tem o poder de conceder refrigério ao nosso coração!

Minha prece diária se inicia como disse Samuel (1 Samuel 3: 9)  '... Fala, SENHOR, porque teu servo ouve!'  E rogo para que ele sempre me capacite para tal, pois minha vida depende disso!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Eclesiastes, 2: 26a

Rei Salomão
Ícone no monastério de Kizhi, na Russia
http://pt.wikipedia.org


Hoje cedo na hora matinal de estudos, um versículo de Eclesiastes me sensibilizou - diz "Ao homem que é bom diante dEle, Deus dá sabedoria, conhecimento e alegria, ..."  Na versão da notável Bíblia do Peregrino, do Padre Luís Alonso Schökel, lemos "Ao homem que Lhe agrada Ele dá sabedoria, ciência e alegria; ...". Que consoladora promessa. O que mais me espanta é que li isso diversas vezes quando jovem, mas só agora atentei, quer dizer, signifiquei em meu espírito a verdade deste versículo. 

O contraponto conhecimento (ciência) versus sabedoria, complementado com a alegria é o que interpela minha consideração. Sabedoria é saber bem aplicar aquilo que se conhece, o que se sabe, isolado ou no conjunto de outros conhecimentos (ciência). Mas saber bastante e ser sábio, sem ter a alegria, parece contradição. Quantos vemos que se julgam inteligentes, mas não tem alegria (ou pouco aparece, mas logo se vai daquelas almas). Em minha vida prestei mais atenção à alegria, apesar da importância do conhecer e de ser sábio; cedo acautelei-me de ser sábio aos meus olhos - armadilha por demais ilusória, hábil sedutora que é.  Li nas Seleções um provérbio que dizia "ria e tudo mundo vai rir com você; chore e você vai chorar sozinho..."; desde então vi que tola estratégia é ter pena de nós mesmos, ou nos fazer frágeis aos olhos dos outros, ou dar certo tom triste, macambúzio, em nossas relações. As pessoas, notadamente os brasileiros, se afastam de criaturas assim.

Mas, procurando o conhecimento e a sabedoria, como ser feliz neste mundo enganador, competitivo, de árdua labuta, de doenças e desgraças cotidianas? Nossa índole faz-nos esperar do Destino recompensas constantes se somos 'bons', trabalhadores, estudiosos, honestos, etc...  Nessa hora o homem comum olha ao alto e, se atenta para outra dimensão de verdades, que não se alcança necessariamente pelo muito esfalfar com os livros, pode começar a municiar-se de recursos para compatibilizar estas 'contradições', a aparente contraposição sabedoria-alegria. Digo aparente, porque é nossa mente em sua quichaça que assim dispõe, posto que, no fundo, inexiste necessariamente contradita entre conhecimento e felicidade, alegria - mas são coisas que diferem tanto no grau quanto na essência. 

Aquilo que confere sentido às nossas concepções e nossa práxis precisamente é o que nos faz, nos determina alegres, com, sem, ou apesar de nosso conhecimento e sabedoria do mundo. Quando se reconhece o homem ou a mulher possuidor de uma natureza, uma disposição suscetível às coisas espirituais, pode abrir-se a outra categoria de verdades, que não são, em princípio, discerníveis com os rudimentos do conhecimento empírico ou mesmo da cogitação e do razoar sobre esta humana vida (posto que parece em geral absurda e injusta).

Esta, a abertura ao transcendente, continua a ser a solução aos dilemas e ao Absurdo da existência, desde que o homem se conhece por Homem. E neste percurso a pessoa chega, ao fim e ao cabo, a Deus, que Se revela a quem O busca com sinceridade, humildando-se. Somente Ele pode nos dar aquela alegria que não se dissipa, que não se esvai, que nos faz, a todos e todas, quiescentes e serenos. Mas como saber de Deus, tão Santo e 'distante' ? Olhe para Jesus, que deixou muitas instruções e pistas de como Deus é... Se O buscarmos em primeiro lugar, com destemor, aquilo que paradoxalmente cremos que nos fará felizes, o conhecimento e a sabedoria, precisamente  nos serão então acrescentados, mas não o conhecimento enganador, que só divisa absurdos, mas a Sabedoria que não se esgota, e que nos faz efetivamente felizes.

http://www.everypicture.com/prints/barry-moser/2936/king-solomon.html

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

130a. postagem: Reflexão matinal...

Detalhe do Profeta Jeremias, de Michelangelo
(Capela Sistina, Vaticano)


Acabo de realizar meu estudo da Palavra, ao iniciar o dia (após fazer o café da Ruth, disponho sempre os livros, opúsculos e a Bíblia de Estudos de Genebra para conduzir minha leitura e meditação das escrituras). Que privilégio poder começar sempre o dia assim!

A Bíblia é uma obra única. Mesmos não-crentes com um mínimo de erudição ou letramento sabem apreciar o notável repositório de sabedoria que ela encerra. Já vi literatos agnósticos afirmarem que ela possui textos de notável beleza dramática e estilística, afora as virtudes espirituais implícitas da narrativa. 

O crente deve munir-se de ferramentas de interpretação para o correto entendimento dos livros que compõem a Bíblia, individual e no seu conjunto, visto que é uma coleção de obras escritas por diferentes autores (ainda que uma só seja a inspiração) em datas e épocas bem distintas e variadas. A riqueza e o correto ensino da Bíblia se esvanecem quando a abordamos de modo inapropriado como, por exemplo, lendo passagens pinçadas a esmo, aleatoriamente. 

A Hermenêutica bíblica hoje compreende um conjunto extenso de disciplinas, cada uma delas com uma profundidade enorme... Quando fiz meus estudos bíblicos e teológicos no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, do Mackenzie (SP), fiquei impressionado com a vastidão e complexidade do ramo, com autores, pesquisadores, estudiosos das mais diversas origens, tendências e escolas de interpretação. É fácil a pessoa se ‘perder’ quando não se tem normas corretas e apropriada orientação para apreciar o razoado de tantas posições. 

Muitas passagens são claras para qualquer leitor, mas outras não. Veja esta passagem, contida no livro do Profeta Jeremias (cap. 29: vs. de 11 a 13, versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, obtido de http://www.bibliaonline.com.br  em 05/12/11):

11 Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
12 Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei.
13 E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração. 

Lemos diretamente aqui nestes 3 versículos como o Deus da Paz coloca claramente que, se o crente busca-lO  de todo o coração, via oração, será por Ele ouvido. Esta grandiosa promessa já nos suscita anelar por esta relação toda especial. Mas o amplo aprendizado que esta passagem encerra só se descortina se nos aplicarmos a discernir também, entre outros aspectos, o seu entorno, o seu contexto -  no caso, a situação que Jeremias aborda, que é aquela do reinado dos últimos reis de Judá: Josias, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias. 

O Profeta Jeremias (seu nome quer dizer Yahweh estabelece) era também Sacerdote, originário da cidade de Anatote, situada no território de Benjamim e foi chamado por Deus em 626/7 a.C., com aproximadamente 20 anos.  Jeremias viveu durante o período de desintegração do reino, presenciando a destruição de Jerusalém e do Templo; ele profetiza em meio a um conflito opondo, de um lado, a adoração idólatra de deuses estrangeiros (bem estabelecida desde o reinado de Manassés, 696-642 a.C.) e, de outro, a adoração ao Senhor, que Josias tentou restaurar com sua reforma (como vemos em 2 Reis 22 e 23). Jeremias vem a testemunhar  o fracasso da reforma de Josias, visto que as praticas nefastas de Manassés foram também realizados pelos sucessores de Josias.

Esta situação toda, parcamente esboçada aqui, dá um colorido e redimensiona a amplitude da Palavra para o crente, expressa naqueles 3 versículos acima. Portanto, o convite à sabedoria pelo estudo das Escrituras pressupõe, adicionalmente, a que a pessoa se esforce para averiguar as condições, a situação da entrega e do registro da Palavra que, muitas vezes aplicada objetivamente a uma necessidade do homem do seu tempo, vem a servir também para o homem dos dias de hoje... 

Para auferir tudo isso temos à disposição, hoje em dia, uma miríade de comentários bíblicos, artigos acadêmicos, estudos da Escola Dominical, etc., que permitem esclarecer sobre estas necessárias informações ‘contextuais’. Que possamos apreciar a Palavra aproveitando todos os recursos que Deus nos faculta nestes últimos dias!

 Profeta Jeremias
(Pintura de Rembrandt van Rijn)

domingo, 19 de junho de 2011

Hércules e o carroceiro

foto obtida de    http://cantodecontarcontos.blogspot.com    hoje!

          Do libreto de fábulas... 'Um fazendeiro estava guiando de modo negligente sua carroça ao longo de um caminho barrento quando as rodas ficaram emperradas, imersas na lama, deixando assim os cavalos paralisados. Vendo isso, o homem caiu de joelhos e começou a rezar para Hércules vir e ajuda-lo, sem no entanto fazer o mínimo esforço para livrar o veículo. Hércules respondeu ao carroceiro dizendo que ele deveria colocar seus ombros nas rodas, e lembrou-o que os céus somente ajudam àqueles que tentam ajudar a si mesmos'. O compilador finaliza com a máxima de que podemos orar o quanto for; se não aprendemos a ajudar a nós mesmos, todas as nossas preces serão ignoradas...

          Vejo aqui como uma verdade celestial, que podemos aprender na Bíblia, também é de conhecimento geral, acessível às pessoas comuns, tão verdadeira e eterna ela é. Mas vejo que nossa inteligência paradoxalmente nos incapacita, por vezes, de vermos o que precisamos fazer de mais precioso a nosso favor!

          Uma das lições do tempo em que tive o privilégio de aprender com o Patriarca Odival Luciano Barbosa, um líder eclesiático sério e  vero pastor (grande caráter e servo de Deus amoroso, algo escasso nos dias de hoje), foi a de que, após orarmos ao Pai Celestial, devemos ir e fazer de tudo o que nos compete para que nosso pedido seja realizado. Todos temos a fantasia de que basta orar (e orar, orar...) para recebermos as bênçãos. Felizmente fui orientado no sentido de que 'Deus ajuda a quem cedo madruga'... Sim temos que ter Fé, mas isto não significa cruzar os braços e ficar olhando para cima.

          Disse que nossa inteligência age por vezes de modo paradoxal visto que, não poucas vezes, quanto mais se julga a si mesmo sábio, não se apercebe o indivíduo de que o conhecimento do mundo é enganador, e não tem este conhecimento mundano o mesmo status do conhecimento que é apreciado por Deus. Para desenvolvermos uma intelecção mínima neste sentido, temos que aliar a prática do que aprendemos das sagradas letras com uma reflexão honesta consigo mesmo, o que nos faculta a 'ouvirmos' os céus nos instruir, e isso mediante também a colaboração dos demais irmãos (que são usados muitas vezes por Deus para nos ensinar o que é necessário). Que triste vemos pessoas que se arrogam sabedoria, conhecimento, autoridade etc. sobre o que Deus dispõe e que demonstram em sua diuturna práxis comportamentos desarmônicos, contraditórios, incongruentes!

          Todo ensino da Bíblia visa, no plano eterno, à salvação do homem e, no plano mundano (entre outros), ao aperfeiçoamento de nossa vida (e isso implica, além da vida  quase-solipsista de cada qual, nossa vida - por vezes trabalhosa -  social). Qual a vantagem de saber-se 'biblicista' se não se esmera em aplicar a si mesmo aquelas verdades (e no aperfeiçoamento da complicada vivência interpessoal)? E, pior, usar aquelas verdades celestiais  para fundar, fundear, fundamentar de modo interesseiro suas disposições e caprichos?

          Outro dia li numa revista denominada Cristianismo Hoje  uma reportagem comentando o fato de que muitos cristãos estão abandonando as igrejas onde congregavam e reunindo-se, aqui e acolá, com pessoas conhecidas ou não em suas residências, para orar, entoar hinos e cânticos e compartilhar as riquezas da Bíblia. Muitas pessoas estão feridas por problemas de relacionamento e, apesar de não apostatarem da Fé, evitam associar-se novamente a quaisquer tipo de agremiação religiosa. Creio que uma das  principais explicações  para o recorrente fenômeno é a qualidade da formação dos responsáveis pelos trabalhos eclesiásticos, que não aplicam o que a Bíblia dispõe àqueles que se comprometem a ser pastores. Saem dos Seminários com certa erudição sobre o Antigo e o Novo Testamento, mas paupérrimos, imaturos na vivência que se requer para apascentar o rebanho... E o pior, a prática pastoral de muitos anos por vezes não aperfeiçoa a pessoa em sua importante obra, em seu ministério. Nem falo daqueles mercadores da Fé que transformaram a idéia de religiosidade, grosso modo, em empresa de 'prestação de serviços'...

          Como a espiritualidade hoje está banalizada; virou também uma commodity (não, não é este termo um estrangeirismo oportunista, acabo de vê-lo no Houaiss!!), ao que parece... É como um produto, destes de consumo em massa, produzido em larga escala, como podemos ver em profusão pela mídia. Cada vez mais o crente tem dificuldade de discernir, como se diz, o joio do trigo. Mas sabe-se que a vida espiritual é primacialmente algo constituído como um relacionamento pessoal Criador-criatura, e temos, neste âmbito, que nos esforçar em nosso estudo da verdade revelada, para não dependermos tanto dos outros ou mesmo de nossa imperfeita inteligência. Eu, como sou muito limitado, procuro os comentaristas íntegros e lúcidos para investigar. Por isso que aprecio imensamente Calvino, Lutero, pois remetem sempre à Bíblia, e só a ela.